Domingo, 22 de Dezembro, 2024

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Polícia detém suspeitos de financiar terrorismo

A polícia moçambicana deteve hoje quatro homens e uma mulher, todos estrangeiros, numa residência da cidade da Beira por suspeitas de recrutarem membros para tráfico de drogas que financia terroristas no país, anunciou fonte da corporação.

Na operação foram apreendidos passaportes e outros documentos de identidade do Quénia e Somália, mas que aparentam ser falsos, disse Alfeu Sitoe, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

A ação foi movida com base na informação de que o “grupo cidadãos de nacionalidade estrangeira se dedicava à prática de vários crimes”, tais como tráfico de drogas, imigração ilegal e tráfico de pessoas”, acrescentou.

Segundo o porta-voz, um dos membros “tem recrutado cidadãos de nacionalidade queniana para integrá-los na insurgência na província nortenha de Cabo Delgado”, a mais de mil quilómetros de distância. 

“Por isso estamos a ver as catanas aqui: podem ser estas que são usadas para decapitação de cidadãos nacionais”, afirmou, relativamente às armas apreendidas.

Os investigadores admitem a cumplicidade de funcionários dos serviços migratórios na entrada ilegal de estrangeiros, acrescentou.

“Diligências estão em curso para aferir o grau de envolvimento de cada um dos indiciados e dos seus facilitadores. Há indícios de envolvimento de alguns funcionários dos serviços migratórios”, concluiu Alfeu Sitoe.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

Lusa

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