O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, vai participar na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 na ilha indonésia de Bali, em 07 e 08 de julho, anunciou hoje a sua porta-voz.
Maria Zakharova disse que à margem da reunião, Lavrov tenciona realizar uma série de reuniões bilaterais, em particular com os seus homólogos da China, África do Sul, Brasil, México e outros países, noticiou a agência espanhola EFE.
A Indonésia exerce atualmente a presidência do grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE).
O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, deverá encontrar-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, durante uma viagem oficial à Rússia na próxima semana.
Putin confirmou a sua participação na cimeira do G20 a realizar em 15 e 16 de novembro, em Bali, mas o Kremlin (Presidência) não especificou até agora se o fará presencialmente ou através de videoconferência.
Apesar da pressão de países como os Estados Unidos, Canadá e Austrália para que Putin fosse vetado na cimeira devido à guerra na Ucrânia, a Indonésia tem mantido até agora o convite ao líder russo.
Em abril, Widodo convidou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky para o G20 e disse que a Indonésia está pronta para “contribuir para o esforço de paz”.
Num outro desenvolvimento, a Rússia acusou hoje o Reino Unido de impedir a sua participação na próxima Assembleia Parlamentar da OSCE em Birmingham no início de julho, recusando-se a emitir vistos aos membros da sua delegação.
“Todos os membros da delegação estão nas listas de sanções do Reino Unido, por isso tínhamos pedido em tempo útil (…) que a questão da garantia do lado britânico de emitir vistos de entrada fosse resolvida”, disse o senador Vladimir Dzhabarov, que faz parte da delegação.
“Recebemos uma resposta ultrajante de que o Governo britânico não pode – literalmente – emitir vistos aos membros da delegação russa, independentemente do motivo da sua visita ao país”, acrescentou, segundo a agência francesa AFP.
O vice-presidente da Duma Estatal Russa, Piotr Tolstoy, disse à agência noticiosa estatal TASS que a decisão de Londres “anula todas as resoluções e decisões adotadas” na ausência da delegação russa.
Tolstoy acrescentou que Moscovo se reserva o “direito de se retirar da organização que, por russofobia, bloqueia o trabalho da Rússia”.
A União Europeia e países como o Reino Unido têm aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos, incluindo dirigentes, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
As sanções de Londres incluem a proibição de entrada em solo britânico de muitos funcionários russos.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), formada em 1975 para promover o diálogo Leste-Oeste, estava envolvida no apoio à implementação dos acordos de paz na Ucrânia, na sequência do conflito iniciado em 2014.
A missão da OSCE foi considerada obsoleta com a invasão russa de 24 de fevereiro.
Lusa