Dezanove milhões de dólares norte americanos foram gastos nos últimos cinco anos, na construção e apetrechamento de bancos de sangue no país, afirmou hoje, segunda-feira, nesta cidade, a directora-geral do Instituto Nacional de Sangue.
Segundo Deodete Machado, que falava à imprensa, à margem de uma marcha realizada em algumas ruas da cidade de Benguela, em alusão ao Dia Mundial do Dador de Sangue, que se comemora hoje, terça-feira (14), esse investimento foi possível à luz de um financiamento do Executivo angolano.
A responsável informou que se investiu na construção de infra-estruturas e aquisição de centrífugas, frigoríficos para reagentes, estruturas de conservação de sangue, centrífugas de tubos para laboratórios, aparelhos para despistes de doenças transmissíveis, dentre outros, que permitiram melhorar a prestação de serviços.
Na mesma senda, referiu que os novos hospitais que vão surgindo já possuem bancos de sangue, enquanto nos que já existem, registam-se melhorias.
“Essa melhoria, acredito que vai se repercutir no crescimento de dadores, e as pessoas que participam nessa marcha demostram isso mesmo”, enfatizou.
A directora advoga, no entanto, que é preciso continuar com este tipo de postura, para que não falte sangue nos hospitais.
“A doação de sangue deve ser contínua, para que, quem dele necessitar, possa encontrá-lo nos nossos hospitais em condições de ser utilizado”, frisou.
Por outro lado, Deodete Machado considera que quem vende o seu sangue não deve ser considerado um doador, mas apenas aquele que o doa de livre e espontânea vontade, como um gesto de “amor ao próximo”.
“A OMS insiste em orientar que a doação seja voluntária e que os países trabalhem no sentido de terem a doação voluntária”, acrescentou.
Na ocasião, disse que, em 2021, o INS controlou 156 mil dadores, na sua maioria familiares de pessoas adoentadas, e apenas cerca de 17 mil voluntários, número muito aquém daquilo que a OMS preconiza.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a responsável, estabelece que cada país deve ter pelo menos um por cento de dadores. No caso de Angola, disse, o ideal seria haver 300 mil doadores, em função dos seus 30 milhões de habitantes.
Recordou que para doar sangue não é necessário comer bife todos os dias, porque há alimentos na nossa terra, como as verduras, peixe, fuba, batata-doce, inhame, frutas e outros produtos, que são muito nutritivos e de menor valor no mercado, que muito nos podem ajudar.
Participaram na marcha a vice-governadora de Benguela para o sector político, económico e social, Lídia Amaro, representantes do BFA, Porto do Lobito, de igrejas, Associação de Empreendedores e da sociedade civil em geral.
Angop