Domingo, 22 de Dezembro, 2024

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Governo moçambicano quer resultados da investigação sobre “erros graves” em livro do ensino primário

O Governo moçambicano espera os resultados da comissão de inquérito criada para investigar erros classificados como graves no livro do sexto ano de distribuição gratuita do ensino primário nos próximos 15 dias, anunciou fonte oficial.

“Foi constituída uma comissão de inquérito que se pretende que trabalhe de forma célere de modo que sejam levantadas todas as causas que levaram a que o livro se apresentasse deste modo […] É nossa expectativa termos algum resultado antes mesmo dos 15 dias”, declarou o porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique, Filimão Suaze, numa conferência de imprensa momentos após uma reunião do órgão em Maputo.

Em causa está um tema que levantou a indignação de vários segmentos da opinião pública moçambicana, com a descoberta, na última semana, de erros classificados como graves no livro de distribuição gratuita do sexto ano de Ciências Sociais.

Entre os vários equívocos, o destaque vai para erros básicos ligados à geografia de lugares históricos da região e do próprio país, que é colocado no livro como pertencente à África Oriental, enquanto faz parte da África Austral, num manual que também confunde, numa ilustração, o parlamento angolano com o moçambicano.

Além disso, é feita no mesmo livro uma leitura considerada “simplista” da colonização em África, que é descrita como um “período relativamente pacífico” no “plano político”, ignorando os massacres, torturas e repressões que caracterizaram a época.

A comissão de inquérito criada é liderada pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

“Sendo identificados culpados neste processo, será feita a necessária responsabilização”, declarou Filimão Suaze.

Os erros que constam do livro, que chegou às mãos dos alunos quase no final do primeiro semestre, tem estado a levantar uma onda de indignação nas redes sociais, o que levou o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Desenvolvimento (INDE) a organizarem uma reunião urgente no último domingo, tendo, após o encontro, a porta-voz da entidade, Gina Guibunda, anunciado que serão distribuídas erratas pelas escolas de todo país.  

No ensino público, Moçambique conta com um total de 13.337 escolas primárias e 677 escolas secundárias, segundo os últimos dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

Lusa

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