Angola destacou hoje as potencialidades do Brasil, com realce para a experiência no setor agropecuário, salientando o interesse do país africano em aprofundar a cooperação neste domínio, considerado prioritário pelo Governo angolano.
A experiência do Brasil no setor da agropecuária é muito bem-vinda e é nosso interesse promover e aprofundar a cooperação neste domínio, que é de extrema importância para Angola”, afirmou o ministro das Relações Exteriores angolano, Téte António, na sessão de abertura da III Reunião da Comissão Bilateral de Alto Nível entre a República de Angola e a República Federativa do Brasil.
O encontro marca o início da visita a Angola do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Alberto França, no decorrer da qual está prevista a assinatura de cinco instrumentos jurídicos, na área da mobilidade, cooperação económica, facilitação de investimento e dupla tributação, no âmbito da reunião da Comissão Bilateral.
O ministro brasileiro vai também participar na 27.ª reunião ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que Angola recebe na sexta-feira, assegurando igualmente a presidência rotativa da organização.
O chefe da diplomacia angolana sublinhou que serão abordadas, no encontro bilateral, questões relativas à cooperação e avaliados novos paradigmas no âmbito da parceria estratégica entre os dois países, numa altura em que o mundo atravessa “situações complexas” provocadas pela pandemia da covid-19, terrorismo extremista e conflitos armados, na Etiópia e na Ucrânia, por exemplo.
Assinalou ainda que as prioridades do Governo angolano estão viradas para a diversificação da economia, ainda mito dependente dos recursos naturais, em particular o petróleo, sendo a agricultura “a alavanca deste processo”.
Reconheceu, por outro lado, as potencialidades do Brasil e “vasta experiência nos setores da agropecuária, indústria alimentar, aeronáutica, entre outros”.
Os atos jurídicos que vão ser assinados hoje “incrementarão ainda mais a relação entre os dois países, com vista a proporcionar vantagens recíprocas”, ficando adiada para uma nova reunião, que Téte António sugeriu que aconteça em novembro, a análise de outros temas e aprovação de mais instrumentos jurídicos que não foi possível concluir a tempo.
Carlos Alberto França lembrou, por seu lado, que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975, destacando o “anseio mútuo” em promover o desenvolvimento económico das duas nações.
A reunião bilateral, indicou, servirá para passar em revista assuntos da relação bilateral e multilateral, bem como vislumbrar novas oportunidades económicas e comerciais entre os dois países que se transformem em dividendos que cheguem aos cidadãos,
O governante brasileiro felicitou ainda o Presidente angolano, João Lourenço, pela sua distinção em Malabo (Guiné Equatorial), como Campeão da União Africana para a paz e reconciliação em África, no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana.
Lusa