A Guarda Nacional da Guiné-Bissau impediu hoje a realização de uma conferência de militantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em cumprimento de uma decisão judicial, disseram à Lusa fontes do partido.
As mesmas fontes explicaram à Lusa que um militante do PAIGC intentou uma providencia cautelar contra o partido, alegando ter sido injustamente excluído das listas de possíveis delegados ao décimo congresso que o partido vai realizar ainda este ano.
Adiantaram ainda que à luz do regulamento do décimo congresso, aquele militante não poderia ser selecionado nas bases por, alegadamente, ter-se afastado do PAIGC, ao filiar-se, entretanto, numa outra formação política, tendo regressado ao partido novamente.
Os regulamentos de congresso preveem que só é selecionado para o congresso o militante que nos últimos quatro anos tenha estado nas estruturas do PAIGC “em pleno exercício de militância, o que não é o caso deste camarada”, explicou à Lusa um elemento do secretariado do partido.
O militante em causa não concordou que o seu nome não tenha sido escolhido nas bases do PAIGC do círculo 25 em Bissau, intentou uma providencia cautelar que o Ministério Público deu provimento.
O partido preparava-se para realizar hoje na sua sede nacional na capital guineense a conferência para escolha final de delegados do Setor Autónomo de Bissau, como fez nas estruturas das regiões e foi impedido.
Um contingente da Guarda Nacional impediu a realização da conferência alegando cumprimento de uma ordem do Ministério Público.
As mesmas fontes do PAIGC disseram à Lusa que na segunda-feira os advogados do partido “irão atacar a decisão” no tribunal.
As fontes precisaram que não se registaram incidentes entre as forças de ordem e os militantes do PAIGC que se encontravam na sede do partido, situado a escassos metros do palácio da presidência do país.
Lusa