O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou que vai injetar 3 mil milhões de dólares na área da indústria farmacêutica africana, defendendo que o continente tem de produzir vacinas para não depender de outros países.
“Precisamos de acabar com a desigualdade na distribuição de vacinas; as pessoas estão a falar da terceira, quarta e até quinta dose, enquanto em África ainda estamos à procura da primeira dose”, disse Akinwumi Adesina no final de uma visita ao Instituto Pasteur, em Dacar, a capital do Senegal.
“Não podemos depender de um sistema de saúde que está concentrado em países fora do continente e deixar a saúde de 1,4 mil milhões de pessoas entregue à generosidade de outros; para controlar a indústria farmacêutica, é preciso capacidade técnica, matéria prima e infraestruturas, e é por estas razões que o BAD apoia o setor farmacêutico africano”, disse o banqueiro, ao anunciar a disponibilização de 3 mil milhões de dólares, cerca de 2,6 mil milhões de euros, para fortalecer este setor.
Durante ao visita ao Instituto Pasteur, um dos mais importantes em África e um dos poucos com a capacidade de produção de vacinas animais e humanas, Adesina prometeu também “ajuda financeira para a produção de testes rápidos, produtos farmacêuticos e vacinas contra a Covid-19”, de acordo com o comunicado disponível no site do banco.
O continente africano registou mais de 237 mil mortes associadas à covid-19 e 10,6 milhões de infeções, de acordo com os últimos dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (Africa CDC).
A covid-19 provocou mais de 5,65 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A nova variante Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países.
Lusa