O Governo angolano espera que os preços dos principais produtos da cesta básica reduzam em até 5% para o consumidor final com o início hoje da operacionalização da Reserva Estratégica Alimentar (REA), que integra 11 produtos alimentares essenciais.
A pretensão foi manifestada hoje pelo ministro da Indústria e Comércio de Angola, Victor Fernandes, durante o ato oficial de arranque da operacionalização do REA, que deve colocar de imediato no mercado, na fase inicial, até 354.000 toneladas de alimentos.
“A entrada em funcionamento da REA vai garantir a aquisição, armazenamento e distribuição de mais de 520 mil toneladas de produtos alimentares, muito deles já produzidos ou transformados localmente, em indústrias geradoras de emprego, prevendo-se um impacto na redução dos preços em até 5% para o consumidor final”, afirmou o governante.
O açúcar, em sacos de 50 quilogramas, arroz, em sacos de 25 quilogramas, e coxa de frango, em caixas de 10 quilogramas, são os produtos a disponibilizar nesta primeira fase de arranque da reserva a que se vão seguir outros seis produtos dos 11 que integram a gestão da REA.
As autoridades perspetivam aumentar progressivamente a quantidade de alimentos até chegar às 520.000 toneladas.
A REA é uma iniciativa do Governo angolano que visa regular o mercado e influenciar a baixa de preços dos produtos alimentares essenciais que integram a cesta básica em parceria com a GESCESTA, empresa que venceu o concurso público para a gestão desta reserva.
O Entreposto Aduaneiro de Angola (EAA), em Luanda, é a base logística da REA, onde inicialmente seria realizado o ato formal de lançamento desta reserva, mas devido às reivindicações dos funcionários do EAA, que se queixem de alegados despedimentos “arbitrários” a cerimónia foi transferida à última hora para a sede do Ministério da Indústria e Comércio.
Segundo o ministro da Indústria e Comércio angolano, que interveio na cerimónia, com esta iniciativa, o Estado angolano pretende igualmente “manter e até reforçar as políticas e instrumentos de apoio aos distintos operadores que intervêm no mercado alimentar”.
“Visando sempre um objetivo mais importante, o benefício e a melhoria da qualidade de vida das nossas populações”, referiu Victor Fernandes.
Para além das suas funções de estabilização e regulação de preços de bens alimentares, frisou, a reserva “vai ser também um mecanismo de fomento à produção nacional, pois vai agir como um grande comprador de “stocks” dos produtores de cooperativas organizadas e de agricultores comerciais”.
Victor Fernandes afirmou ainda que, “embora afetados pelas circunstâncias da pandemia”, o Governo de Angola “vem tomando importantes medidas para proteger e melhorar a vida das famílias e empresas, apostando na aceleração da indústria produtiva e transformadora do país”.
A Reserva Estratégica Alimentar vai contar com um comité consultivo, onde integra alguns departamentos ministeriais e a empresa gestora, e será presidido pelo Ministério da Indústria e Comércio.
Lusa