Quinta-feira, 12 de Dezembro, 2024

O seu direito à informação, sem compromissos

Search
Close this search box.

Pesquisar

Afreximbank propõe mecanismo de liquidez para África enfrentar futuras pandemias

O presidente do Banco Africano de Importações e Exportações (Afreximbank) defendeu hoje que os países africanos devem unir-se para criar um mecanismo de liquidez que lhes permita fazer face a futuras pandemias porque a escala importa.

Num painel sobre a resposta à covid-19 em África e a preparação para futuras ameaças, durante a primeira Conferência de Saúde Pública em África, Benedict Oramah propôs a criação de um Mecanismo de Resposta a Emergências de Saúde em África, sublinhando que as pandemias têm um custo “extremamente elevado”.

“Estima-se, por exemplo, que a atual pandemia de covid-19 tenha custado ao mundo cerca de 11 biliões de dólares” (9,7 biliões de euros), disse o banqueiro, que sublinhou o impacto “muito elevado” da pandemia em perdas nas exportações, no comércio, no produto interno bruto.

E lembrou que um estudo recente da consultora McKinsey sugeriu que investir entre 85 e 130 mil milhões de dólares nos próximos dois anos e de 20 a 50 mil milhões por ano — o equivalente a cinco dólares por ano por pessoa – depois disso permitiria reduzir significativamente a probabilidade de novas pandemias.

Oramah recordou que no passado os países responderam às pandemias de forma reativa, cada um por si, mas alertou que a pandemia de covid-19 mostrou que “o tamanho importa”.

“Para os países mais pequenos é muito difícil comprar até materiais básicos para conter o vírus, equipamento de proteção individual, e é-lhes muito difícil aceder ao mercado. Isso diz-nos que é tempo de sermos estratégicos no que queremos fazer”, avisou o responsável da instituição de financiamento do comércio pan-africana.

As pandemias distorcem o mercado e perturbam as cadeias de abastecimento, disse Oramah, recordando que a primeira coisa que acontece é que os mercados financeiros e de capitais se fecham, tornando extremamente difícil o acesso ao financiamento.

Além disso, o espaço fiscal dos governos encolhe consideravelmente quando são necessários grandes apoios económicos devido ao encerramento das economias.

“Outro aspeto que temos de ter em mente (…) é que África é um continente de 55 países atomizados e fragmentados que têm economias muito pequenas e outras relativamente maiores”, afirmou, sublinhando que as grandes economias não são mais do que 10 e que, quando chega uma pandemia, “o tamanho é muito importante para negociar aquisições de suprimentos”.

“O que isso nos diz é que unidos venceremos nessas situações”, apelou.

Após apresentar várias possibilidades para a constituição de um Mecanismo de Resposta a Emergências de Saúde em África, Oramah defendeu a criação de um mecanismo de liquidez em ‘stand-by’ a ser operacionalizado por uma instituição pan-africana ou um consórcio em que cada país participante receba um crédito com um limite previamente estabelecido em troca do pagamento de taxas de compromisso.

Esta solução, explicou, é muito parecida com a que funcionou bem no Fundo de Aquisição de Vacinas em África (AVAT, na sigla em inglês).

Segundo Oramah, o Afreximbank está em discussões com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças em África (Africa CDC) para operacionalizar este mecanismo, através do Afrexinsure, a subsidiária do banco para os seguros.

Lusa

×
×

Cart