Estados Unidos e seus aliados ocidentais alertaram nesta segunda-feira (6) para informações de que o governo da Etiópia deteve ilegalmente um grande número de cidadãos por motivos étnicos e pediram para “encerrar imediatamente” as prisões.
“Estamos (…) profundamente preocupados com os relatórios recentes sobre a detenção, por parte do governo etíope, de um grande número de cidadãos etíopes sem processos judiciais e com base em sua origem étnica”, informou o comunicado conjunto emitido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Austrália, Canadá, Dinamarca, Holanda e Reino Unido se uniram aos Estados Unidos na declaração para pedir o governo etíope para “encerrar imediatamente” as prisões, argumentando que “muitos desses atos provavelmente representam violações do direito internacional”.
“Pessoas estão sendo presas e detidas sem processos ou audiências judiciais e, segundo informações, são mantidas em condições desumanas”, afirmaram.
Essas informações surgem a partir de relatórios da Comissão de Direitos Humanos da Etiópia (CEDH) e da Amnistia Internacional, que “descrevem prisões generalizadas de pessoas da etnia ‘tigraya'”, incluindo idosos e crianças pequenas.
A guerra no norte da Etiópia começou em novembro de 2020, quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou tropas para derrubar a Frente de Libertação do Povo do Tigray (TPLF), uma medida que, segundo ele, foi tomada em resposta aos ataques da TPLF aos acampamentos do exército federal. Na metade do ano, a TPLF conseguiu retomar a maioria da região do Tigray e ampliou suas ofensivas às regiões vizinhas.
AFP