Depois de uma época atípica, devido à crise financeira mundial agravada pela pandemia da Covid-19, os principais clubes intervenientes no Campeonato Nacional de Futebol (Girabola) abriram os cordões à bolsa em busca de reforços, com os olhos postos nas Afrotaças.
Quase um mês após o fim da prova, que consagrou campeão o Sagrada Esperança da Lunda Norte, a corrida desenfreada por atletas contrasta com as dificuldades financeiras da época.
De facto, não fosse a intervenção governamental, com a indicação de um consórcio para minimizar a situação financeira dos contendores da prova, dificilmente esta terminaria com as 16 equipas iniciais, já que algumas delas estiveram às portas da desistência.
Não foi o caso das quatro qualificadas às Afrotaças (Sagrada Esperança e Petro de Luanda – Liga dos Campeões; 1º de Agosto e Interclube – Taça da Confederação), mas até o Sporting de Cabinda, diversas vezes na linha do abandono, arrojou-se no mercado competitivo, na procura de activos.
O campeão em título, Sagrada Esperança, continua líder nesta senda, com a aprovação de um orçamento de Kz três milhões (3.000 000,00) por parte da Endiama-EP, patrocinadora oficial, além de outras verbas para a formação e construção de infra-estruturas para modalidades de sala.
Na sequência, garantiu já os préstimos de uma das referências do futebol nacional, o médio ofensivo Carlos do Carmo “Carlinhos”, proveniente do Young Africans da Tanzânia, e de Ben Arfa, extremo esquerdo oriundo do FC Bravos do Maquis.
Em termos de dispensas pouco se sabe, mas cogitasse que o técnico Roque Sapiri deixe de contar com os préstimos de quatro jogadores, sendo um guarda-redes, um defesa, um médio e um atacante, numa altura que se inicia a pré-época (segunda-feira) na província de Benguela.
O vice-campeão, Petro de Luanda, garantiu já o concurso de Jaredi (ex-Interclube), Maranata (proveniente da segunda liga portuguesa), Gui (ex-Santa Rita de Cássia ) e Quinito (ex-Interclube).
A mudança de Mateus Agostinho “Bodunha” de técnico principal para preparador físico, por falta da licença profissional que o habilita ao banco de suplentes nas Afrotaças, constitui nota de realce entre as movimentações no “catetão”.
Entre os dispensados figuram Gerson Barros (guarda-redes) Danilson, Wilson, Inusah Mussah (defesas), Joaquim Adão, Ito, Isaac Mensah Manguxi (médios) e Maikon Leite (avançados). Estão por confirmar as saídas de Joaquim Adão, Ito e Yano.
A ANGOP soube de fonte oficial que com a saída dos ghanenses (Isaac Mensah e Inusah Mussa) e do brasileiro (Maikon Leite), prevê-se a entrada de mais estrangeiros no eixo-viário, dois dos quais vindos do campeonato zambiano.
O 1º de Agosto (terceiro classificado) contratou o treinador sérvio Sdrjan Vasilevic, antigo seleccionador nacional, além de Vingumba (ex-Ferroviário). Regista-se, ainda, o regresso de Dago, atacante da República Democrática do Congo.
A “limpeza” no emblema do RI20 começou com as anunciadas saídas de Mira, Mongo, Atouba, Edmilson, Mabululo e Nataniel.
A sangria continuou esta sexta-feira com a confirmação da dispensa de Buá e Tony Cabaça, ambos envolvidos nos quatro títulos conquistados pelo 1º de Agosto (2016, 2017, 2018 e 2019).
O Interclube, finalista derrotado da Taça de Angola, anunciou a contratação do técnico Beto Bianchi, que já teve passagens pelo Petro de Luanda e pela selecção nacional.
Wilson e Manguxi (ex-Petro), Tony Cabaça, Buá e Isaac (ex-1º de Agosto) estão entre as pretensões da sexta classificada do Girabola 2020-2021.
Na corrida por estes atletas está, também, o recém regressado ao Campeonato Nacional, o Kabuscorp do Palanca, clube cujo presidente promete as emoções do costume, pela forma particular como vive o futebol.
Bento Kangamba afirmou que vai trabalhar para formar um plantel forte e intrometer-se entre os grandes da prova maior do futebol nacional, designadamente, Sagrada Esperança, Petro de Luanda, 1º de Agosto e Interclube.
Até Outubro, período previsto para o arranque do Girabola2021-22, o mercado de contratações ainda promete muitas saídas e entradas entre os girabolistas.
Angop
