As equipas de busca e salvamento a operar no prédio que desabou em Surfside, Estados Unidos, retiraram durante a noite mais quatro corpos dos escombros, o que eleva para 90 o número de mortos no desastre de 24 de junho.
Em conferência de imprensa no sul da Florida, a presidente da Câmara de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, atualizou o balanço, que contabilizava 86 óbitos no sábado.
O número de mortos identificados aumentou de 62 para 71, enquanto os desaparecidos devido ao colapso parcial do edifício Champlain Towers South baixaram de 43 para 31.
Daniella Levine Cava referiu ainda que, ao fim do 17.º dia de trabalhos nos escombros, cerca de 14 milhões de quilos de concreto e entulho já foram removidos do local onde o condomínio estava construído desde 1981, com a ajuda de quase 60 camiões.
As buscas céleres e meticulosas das equipas de resgate foram enfatizadas pelo autarca de Surfside, Charles Burkett, ao reconhecer na mesma conferência de imprensa que “o trabalho é tão delicado que até são encontradas garrafas de vinho inteiras”.
Dessas equipas faziam parte 10 socorristas israelitas, que chegaram ao sul da Florida logo após o desabamento do prédio, dada a presença de vários integrantes da comunidade judaica local entre os afetados, e que se despediram hoje, tendo o seu comandante recebido as chaves do condado das mãos de Daniella Levine Cava.
Além de ter utilizado plantas do prédio para criar imagens tridimensionais detalhadas do local do desastre, o grupo israelita recolheu informações de familiares para tentar calcular em que zona do prédio os desaparecidos teriam dormido durante o colapso.
Embora as autoridades tenham concluído não haver “hipótese de vida” nos escombros remanescentes, a pressão continua para que as equipas de busca encontrem as vítimas.
“É um processo lento”, disse o chefe dos bombeiros do condado de Miami-Dade, Alan Cominsky, adiantando não ser possível determinar a data de conclusão dos trabalhos.
No final da semana passada, a demolição do que restou do prédio residencial, localizado na primeira linha da praia, deu um novo ritmo à operação de busca, já que os socorristas têm acesso a todo o local onde estava localizado o edifício, com mais de 130 unidades.
As causas do colapso estão a ser investigadas e uma batalha legal para alcançar indemnizações por danos está a ser movida por alguns residentes em Champlain Towers South, cuja comunidade demorou a suportar os dispendiosos reparos recomendados pela autarquia face aos problemas estruturais detetados em 2018.
Lusa