Angola pode conhecer novas convulsões sociais por causa dos salários precários e do elevado custo de vida das famílias, dizem analistas angolanos.
A perda do poder de compra da moeda nacional e os níveis de inflação descontrolado, continua a agravar a economia angolana, apesar do optimismo das autoridades que se mostram confiantes quanto a retoma da estabilidade.
O aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional é apontado como sendo a possível razão que justifica o alívio da equipa económica do governo de João Lourenço, apesar das populações se manifestarem descontentes com a penúria alimentar que afecta a maioria das famílias mais vulneráveis.
O impacto da inflação descontrolada no país tem impacto principalmente na maioria dos trabalhadores que sobrevivem com um salário mínimo que já não tem poder para conseguir suportar os preços da cesta básica, que triplicaram no mercado informal.
Recentemente, o secretário de Estado da Administração Pública anunciou, à imprensa, que o executivo estava a preparar um aumento dos salários da função pública, face à depreciação da moeda e a consequente perda do poder de compra dos funcionários públicos.
Segundo o governante, foi criada uma comissão que fez um estudo exaustivo sobre o salário mínimo nacional.
Fazendo fé nas declarações de Vânio Americano, o estudo concluiu que o preço da cesta básica aumentou e as autoridades reconhecem que o salário mínimo fixado nos últimos anos está longe de garantir a sustentabilidade das famílias, no percurso de um mês.
Este quadro tem se revelado insuportável para as empresas e para as famílias.
Como consequência, vários funcionários têm anunciado a paralisação das suas atividades para exigirem aumentos salariais e melhorias das condições de trabalho.
Mas o Ministro de Estado e coordenador da equipa económica do executivo angolano já veio a público afastar qualquer possibilidade para aumentos salariais, sobretudo na função pública.
Em declarações à imprensa, Manuel Nunes Júnior condicionou estes aumentos às disponibilidades financeiras do país e diz que aumentar salários é o mesmo que aumentar a inflação.
Para falar sobre o assunto, ouvimos o Ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, o Brigadeiro José Alberto, o economista Carlos Rosado de Carvalho e o analista político Agostinho Sikato.
VOA