Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Paquistão diz que não permitirá uso de ‘drones’ dos EUA no seu território

O Governo do Paquistão disse hoje que não permitirá o uso de aparelhos não tripulados dos Estados Unidos no seu território depois da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, que deverá ser concluída até 11 de setembro.

“As aeronaves não tripuladas dos EUA não serão usadas em solo paquistanês”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, numa conferência de imprensa.

“Deixamos isso claro”, acrescentou o político.

Os Estados Unidos usaram aeronaves não tripuladas no Paquistão durante anos para atacar insurgentes suspeitos nas áreas de fronteira com o Afeganistão, em operações que geraram controvérsia.

O chefe da diplomacia do país asiático já afirmou há duas semanas que o seu país não hospedaria bases ou tropas norte-americanas após a sua retirada do Afeganistão.

A última fase da retirada das tropas estrangeiras começou oficialmente em 01 de maio e será concluída até 11 de setembro, pelo que os Estados Unidos deixarão de ter militares no Afeganistão.

As autoridades norte-americanas repetiram em várias ocasiões nas últimas semanas que, após a saída das tropas, Washington poderia manter a sua presença militar na região para responder a ameaças e apoiar os seus aliados regionais.

Neste contexto, o conselheiro de Segurança Nacional do Paquistão, Moeed Yusuf, reuniu-se no domingo passado com o seu homólogo norte-americano, Jake Sullivan, numa reunião em que trataram das relações bilaterais, globais e regionais, segundo um breve comunicado.

Os contactos entre o Governo do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o Governo do Paquistão têm sido escassos, e o papel de Islamabad após a retirada do Afeganistão não é claro.

Por sua vez, os talibãs afegãos advertiram na quarta-feira os países vizinhos do Afeganistão de que não irão tolerar a presença de bases norte-americanas em seus territórios.

Os talibãs afirmaram que a presença de tropas estrangeiras na região é a principal fonte das duas décadas de guerra no Afeganistão.

Lusa

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