O escritor angolano Artur Pestana “Pepetela” foi distinguido, pelo Conselho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil), com o título Doutor Honoris Causa.
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que atribui o título por unanimidade e aclamação, destaca à sua trajetória nos mais de 50 anos ao serviço da literatura e da intelectualidade angolana, pela sua dedicação à promoção da língua portuguesa pelo mundo, bem como pelo facto de ser um dos escritores angolanos mais estudados no Brasil e no mundo.
A propósito da distinção, a Academia Angolana de Letras (AAL) considera “justíssima” a atribuição do título pela instituição universitária brasileira, que destacou a sua qualidade literária e humana, lembrando ainda que a sua obra joga luz sobre a história contemporânea de Angola.
A AAL congratula-se com a atribuição de mais esta distinção, notando que o conjunto da sua obra valeu o reconhecimento nacional e internacional, com a conquista de diversos prémios literários.
A Academia Angolana de Letras augura que este título seja uma porta que se abre à valorização, cada vez maior, da Intelectualidade angolana.
Pepetela nasceu em Benguela, em 1941. Licenciou-se em Sociologia, em Argel, durante o exílio, foi guerrilheiro do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), político e governante.
É na sua cidade natal que faz o ensino primário, partindo depois para o Lubango, onde vai prosseguir os estudos. Em 1958 vai para Lisboa, entrando para o Instituto Superior Técnico que frequenta até 1960 quando ingressa no curso de engenharia.
Uma vez mais a mudança, desta vez para frequentar o curso de Letras, apenas durante um ano, pois ainda em 1961 Pepetela faz a opção política que viria a mudar o rumo da sua vida e a marcar toda a sua obra, tornando-o um narrador de uma história de Angola que conhece, porque a viveu.
Pepetela tornou-se militante do MPLA em 1963. Quando abandona a vida política, opta pela carreira de docente na Faculdade de Arquitectura de Luanda, onde dá aulas de sociologia.
Prémio Camões 1997, tem publicados entre, outros, os livros “As Aventuras de Ngunga” (1973), “Muana Puo” (1978), “Mayombe” (1980), “O Cão e os Caluandas” (1985), “Yaka” (1985), “Lueji” (1989), “Geração da Utopia” (1992), “O Desejo de Kianda” (1995), “Parábola do Cágado Velho” (1997), “A Gloriosa Família” (1997), “A Montanha da Água Lilás” (2000) e “Jaime Bunda, Agente Secreto” (2001).
Na sua galeria consta ainda os prémios Correntes de Escrita, em 2020, Sua Excelência de Corpo Presente, publicado em 2018, Rosalia de Castro do Centro PEN Galiza, em 2014, Nacional de Literatura (1981), Nacional de Cultura e Artes (2002), Especial dos Críticos Literários de São Paulo (1993), Internacional da Associação de Escritores Galegos (2007), Prince Claus da Holanda (1993) e Grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve, conferido em 28 de Abril de 2010.
Angop