Sábado, 28 de Junho, 2025

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Irão liberta petroleiro sul-coreano retido desde janeiro

O Irão liberou nesta sexta-feira (9) um navio petroleiro de bandeira sul-coreana, apreendido em janeiro, no momento em que as autoridades de Teerão pressionam Seul a desbloquear bilhões de dólares congelados pelas sanções americanas.

A liberação acontece no momento em que ocorrem negociações em Viena entre o Irão e potências mundiais para tentar salvar o acordo nuclear iraniano de 2015 e suspender as sanções dos Estados Unidos ao país.

Apreendido em janeiro pela Guarda Revolucionária, o exército ideológico de Teerão, o petroleiro “Hankuk Chemi” “partiu hoje são e salvo”, e seu capitão foi liberado, informou o ministério sul-coreano das Relações Exteriores.

“A liberação do navio foi ordenada pelo procurador após a conclusão da investigação, a pedido do proprietário do petroleiro e do governo sul-coreano”, confirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Said Khatibzadeh.

“A falta de antecedentes na região por parte do capitão e do navio motivou o procurador a tomar a decisão”, disse Khatibzadeh.

Sites que monitoram o tráfego marítimo informaram que o petroleiro de 147 metros de comprimento seguia em direção ao Estreito de Ormuz.

No momento da apreensão do petroleiro, Teerão acusou o navio, que transportava 7.200 toneladas de “produtos químicos derivados do petróleo”, de poluição marítima. Vinte membros da tripulação foram detidos.

Em fevereiro, o Irão permitiu que todos os integrantes da tripulação, com exceção do capitão, abandonassem o país por razões “humanitárias”, mas muitos deles permaneceram a bordo para manutenção do petroleiro.

O Irão era um dos principais fornecedores de petróleo da Coreia do Sul até que Seul interrompeu as compras em 2018, quando o governo dos Estados Unidos, sob o mandato do presidente Donald Trump, decidiu sair do acordo nuclear internacional com o Irão.

Teerão acusou Seul de manter como “refém” sete mil milhões de dólares de fundos de propriedade iraniano, mas negou que a apreensão do petroleiro teria qualquer relação com a questão.

– Negociações em Viena –

O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que está disposto a tentar salvar o acordo sobre o programa nuclear iraniano. Esta semana começaram negociações entre a comunidade internacional e o Irão em Viena com este objetivo.

Seul anunciou em março que alcançou uma solução para desbloquear os fundos, mas aguardava a aprovação de Washington.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que o país era contra, exceto se a República Islâmica respeitasse novamente o acordo internacional sobre seu programa nuclear.

O ministério sul-coreano das Relações Exteriores não mencionou os fundos em seu comunicado desta sexta-feira.

O proprietário do navio, DM Shipping, não comentou a liberação.

A imprensa sul-coreana informou que o primeiro-ministro, Chung Sye-kyun viajará em breve a Teerão.

A apreensão do “Hankuk Chemi” foi a primeira efetuada pelas forças iranianas em mais de um ano.

A Guarda Revolucionária interceptou em julho de 2019 o petroleiro “Stena Impero” de bandeira britânica no Estreito de Ormuz, pelo qual transita 20% da produção mundial de petróleo, antes da liberação um mês mais tarde.

A questão do “Stena Impero” foi interpretada na época como uma resposta ao que as autoridades britânicas em Gibraltar fizeram com um petroleiro iraniano, que foi liberado apesar das objeções americanas.

Teerão negou qualquer relação entre os dois incidentes.

As forças iranianas apreenderam pelo menos outros seis navios no mesmo ano por suposto contrabando de combustível.

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