O Presidente Cyril Ramaphosa anunciou hoje que a África do Sul vai receber em abril 30 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson, apelando ao fim do atual ‘apartheid’ global do imunizante contra a covid-19.
O chefe de Estado sul-africano disse que a remessa de novas vacinas faz parte de um primeiro lote de 220 milhões de doses que a farmacêutica norte-americana garantiu fornecer a partir de abril a todo o continente africano.
“A Johnson & Johnson confirmou ontem o fornecimento de 220 milhões de doses da vacina para todo o continente africano, para começar, e antecipamos que aumentará para 400 milhões de doses”, declarou o Presidente sul-africano, salientado que o país irá “receber 30 milhões de vacinas”.
Cyril Ramaphosa defendeu ainda o fim do “‘apartheid’ da vacina”, salientando que o acesso às vacinas contra a covid-19 deve ser “rápido e equitativo” no combate global para superar a pandemia causada pelo novo coronavírus.
O Presidente Ramaphosa falava durante uma visita que realizou a uma unidade de produção industrial da farmacêutica sul-africana Aspen, em Gqberha (antiga Port Elizabeth) na província do Cabo Oriental, sudeste do país.
A sul-africana Aspen Pharmacare anunciou em novembro de 2020 um acordo com a Johnson & Johnson para o fabrico comercial local da vacina da farmacêutica norte-americana contra a covid-19.
A área de produção onde a Aspen pretende fabricar as vacinas da Johnson & Johnson tem capacidade para produzir mais de 300 milhões de doses por ano, segundo a empresa sul-africana.
O Governo sul-africano tem sido criticado pela lentidão do processo de vacinação contra o vírus SARS-CoV-2, que já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas no país.
A África do Sul, que se encontra em desconfinamento de nível 1, contabiliza um cumulativo de 1.471.899 recuperados da doença, representando uma taxa de recuperação de 95%, segundo as autoridades da saúde.
Nas últimas 24 horas, as autoridades da saúde sul-africanas registaram 15 mortes associadas à covid-19 no país, totalizando 52.663 óbitos.
O Presidente sul-africano e alguns profissionais de saúde começaram em 17 de fevereiro a ser vacinados contra a covid-19 e receberam a vacina da Johnson & Johnson, num hospital da Cidade do Cabo.
O número de profissionais da saúde já vacinados ascende a 231.605, segundo as autoridades da saúde.
O Governo sul-africano anunciou como meta vacinar 67% da população de 59 milhões de habitantes até ao final do ano.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.