Quarta-feira, 2 de Julho, 2025

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“Terras raras” começa a ser explorado em 2022

O processo de instalação dos equipamentos para exploração da mina de aproximadamente 23 biliões de minério bruto do metal, denominado “Terras raras”, no município do Longonjo (Huambo), arranca no primeiro trimestre de 2021, por parte da Ozango Mineirais.

A garantia veio do gerente desta empresa, Edson Paulo Carreiro Nunes, em declarações à imprensa, após auscultação pública do projecto, salientando que para a obtenção do certificado de exploração, por parte do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, é necessário consultar os moradores próximos da zona de exploração, para melhor avaliação do impacto ambiental.

O responsável disse que os próximos 14 meses deverão ser dedicados à montagem dos equipamentos, enquanto a exploração acontece em 2022, numa altura em que decorrem as negociações com a direcção dos Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), para a transportação desse metal para o Porto do Lobito.

Edson Paulo Carreiro Nunes realçou que a exploração das “Terras raras” vai contribuir na diversificação da economia do país e na criação de vários postos de trabalho directos e indirectos para os jovens locais.

Por este facto, espera que os munícipes do Longonjo consigam tirar o valor do investimento, sobretudo com a institucionalização das autarquias, devendo beneficiar de cinco por cento dos lucros da exploração, um passo importante para a melhoria das infra-estruturas sociais locais.

“Este município, visto como pacato e o segundo mais pobre da província do Huambo, depois do Mungo, vai encontrar na exploração das terras raras a oportunidade para melhorar a qualidade de vida da população local, com a extracção de minérios como o Neodímio e Plaseodimo, utilizados para o fabrico de motores de veículos eléctricos, turbinas eólicos e dispositivos de telefones”, disse.

Informou que o período de exploração é de 20 anos.

Por seu turno, o dministrador do município do Longonjo, Bonifácio Vissetaca, destacou que a Covid-19 está na base do atraso do início da instalação dos equipamentos da mina, cujo início da exploração irá criar 500 postos de trabalho.

Designado por alguns como “ouro do século XXI”, por sua raridade e valor económico, as “terras raras” são metais que servem de matéria-prima essencial para itens de alta tecnologia.

Localizá-los com o grau de pureza e concentração necessárias é uma tarefa difícil, por isso, são tidos como raros. Entre as características de maior destaque estão a condução de calor e electricidade, além do facto de se tratar de estruturas que são altamente magnetizáveis.

As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas em uma grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos, catalisadores, entre outros.

São minérios que garantem características únicas a diversos tipos de ligas metálicas, como aparelhos telefónicos, carros híbridos, lasers, entre outros.

Para se ter uma ideia do seu valor de mercado mundial, um quilograma de óxido de lantânio custa 150 dólares norte-americanos.

O consumo desses minerais, em todo o mundo, chega a 150 mil toneladas/ano.

Os tipos de metais  “terras raras” chegam a 17, mas apenas seis tipos são mais conhecidos: neodímio, lantânio, praseodímio, gadolínio, samário e cério.

A China é o principal produtor e mercado desse mineral.

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