O governo estima que o sector não petrolífero apresente o melhor desempenho desde 2016, atingindo uma taxa de 2,1% em 2021.
Esta informação foi avançada pela Secretária de Estado para o Orçamento, Aia-Eza Nacília da Silva, durante o encontro de auscultação aos departamentos ministeriais promovido ontem pela Comissão de Economia e Finanças (5ªCTE), no âmbito da apreciação, na especialidade, da Proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado para o exercício económico de 2021.
“Este desempenho será resultado de um conjunto de programas em implementação pelo Executivo, bem como da depreciação cambial acumulada, que tem reorientado parte da demanda interna no sentido da produção nacional. O desempenho esperado para o sector não petrolífero permitirá colocar o PIB total num terreno neutro, após cinco anos consecutivos de contracção”, explicou Aia-Eza Nacília da Silva.
Observou igualmente que, pela primeira vez, o nível das receitas dos sectores petrolífero (com 4 mil milhões de Kwanzas) e não petrolífero (com 3 mil milhões de Kwanzas) estão muito próximos. Este último é resultado da arrecadação de impostos, tão “censurada” pelas empresas, que reclamam da sensação de“asfixia económica”, porém “fundamental para a manutenção da satisfação das necessidades básicas das famílias”, avisou a Secretária de Estado para o Orçamento.
A governante alertou ainda para a contínua perda das receitas proveniente do sector petrolífero e para a necessidade de o país identificar novas fontes de financiamento para a economia, uma tarefa considerada“árdua”, visto que “há cada vez menos garantias nesse sentido”, admitiu.
Aia-Eza da Silva mencionou ainda que a captação de investidores para Angola não tem sido fácil, há na região países mais atractivos do ponto de vista do ambiente de negócios. “A África do Sul e a Namíbia são concorrentes muito fortes de Angola”, no que concerne as preferências de negócio para potenciais investidores, citou a título de exemplo.