O comandante da Polícia Nacional em Luanda, Eduardo Cerqueira, informou ontem em comunicado à imprensa que durante as manifestações não houve nenhuma morte.
Segundo o responsável policial, o jovem Lando Lucomba, dado como morto em vários vídeos divulgados nas redes sociais, está vivo e encontra-se hospitalizado no Hospital Américo Boavida a receber tratamento devido aos ferimentos a que sofreu quando tentava fugir da polícia.
O oficial comissário disse ainda que durante as manifestações de ontem, não foram usadas balas reais, mas sim de borracha…”teria sido uma catástrofe se tivemos usado balas verdadeiras”, disse Eduardo Cerqueira.
O comandante da Polícia Nacional em Luanda disse ainda que as forças de segurança estavam a dispersar as manifestações por dois motivos: primeiro por violação do decreto presidencial que proíbe o ajuntamento de mais de 5 pessoas e em segundo lugar “porque os manifestantes estavam a cometer atos de desacato, arremessando objetos contra agentes policiais e cometendo uma série de atos que constituem prevericação a lei”.
Um dos organizadores de uma das manifestações que teve lugar ontem na capital do país, Dito Dali, contraria a informação dada pela polícia sobre os atos de desacata.
Segundo o ativista cívico, os atos de desordem são causados por agentes da polícia infiltrados.
“Sempre nos acusaram de desordem, de queimas de pneus, o que não é verdade, sabemos que a polícia tem estado a infiltrar agentes nas manifestações para criar desordem e distúrbio, para depois imputar responsabilidades aos manifestantes”, retorquiu.
Vários indivíduos foram presos e muito outros acabaram com ferimentos graves, como é o caso do ativista cívico Nito Alves que foi gravemente ferido e encontra-se neste momento internado no hospital do Prenda a receber tratamento.
Segundo o comissário Cerqueira, os manifestantes detidos serão pontualmente julgados pelos atos que praticaram.