A praça nova-iorquina encerrou hoje em alta nítida, com os investidores a acolherem bem a possibilidade de a Presidência dos EUA vir a ser exercida pelo democrata Joe Biden e coexistir com um Senado dominado pelos republicanos.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 1,95%, para os 28.390,18 pontos, tanto quando o alargado S&P500, que fechou nas 3.510,45 unidades.
Mais fortes, foram os progressos do tecnológico Nasdaq, que subiu 2,59%, para os 11.890,93 pontos.
“Os investidores parece que não estão a dar importância ao desenrolar ainda incerto das presidenciais, preferindo focar-se nas possíveis consequências de um Congresso dividido”, observaram os analistas da Charles Schwab.
E os resultados definitivos em certos Estados-chave continuam por divulgar, o candidato democrata parece estar em vias de ganhar as eleições.
Por seu lado, o rival republicano Donald Trump promoveu vários recursos judiciais para contestar as operações de contagem de votos.
No plano parlamentar, o Senado deve continuar sob domínio republicano e a Câmara dos Representantes sob controlo democrata, apesar de os resultados definitivos ainda estarem por estabelecer.
A perspetiva de um Congresso dividido agrada aos investidores, ao verem afastar-se o risco de mudanças mais fortes, se fosse o caso de um controlo total pelos democratas do poder executivo e legislativo.
Para Sam Stovall, da CFRA, Wall Street não deve ser “atingida por fortes aumentos de impostos para as grandes empresas ou para os indivíduos que ganhem 400 mil dólares ou mais por ano”, como prevê o programa de Biden.
Também uma subida significativa da taxa sobre lucros bolsistas se parece afastar.
Está por saber se um Congresso dividido conseguirá chegar a um acordo sobre um novo plano de relançamento com ajudas para as empresas e as famílias atingidas pela crise ligada ao coronavirus, o que já não fez antes da votação no dia 03 de novembro.
“Penso que vai ser o caso”, previu Stovall.
“Não foi o caso antes das eleições, porque nenhum dos dois campos não quer dar ao outro razão para se glorificar”, acrescentou.
“Mas as taxas de juro vão permanecer baixas durante muito tempo e a Reserva Federal vai ter necessidade da ajuda do Congresso. Vão existir medidas de ajuda, mesmo que não sejam tão importantes como os democratas esperavam”, concluiu.