Os preços em Angola aumentaram 1,79% entre agosto e setembro, segundo um relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE), hoje divulgado, valor que coloca a inflação acumulada a 12 meses no valor mais alto desde novembro de 2017.
Segundo a Folha de Informação Rápida do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), a variação nos últimos 12 meses — entre outubro de 2019 e setembro deste ano — situa-se nos 23,82%, o maior valor acumulado desde novembro de 2017, quando este indicador alcançou os 24,70%.
A classe Lazer, Recreação e Cultura foi a que registou o maior aumento de preços, com 3,30%, seguindo-se Bens e Serviços Diversos, com um crescimento de 2,27%, Alimentação e Bebidas não Alcoólicas, com 2,03%, e Vestuário e Calçado, com 1,75%.
A classe Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi a que, segundo o INE angolano, “mais contribuiu para o aumento do nível geral dos preços”, sendo responsável por 0,98 pontos percentuais do aumento de 1,79% em setembro.
Em termos homólogos, o aumento de 1,79% em setembro deste ano representa um aumento de 0,34 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado.
Já desde o início do ano, a inflação em Angola soma 18,04%, valor semelhante ao registado nos primeiros nove meses de 2017, quando alcançou os 18,12%. Em relação a 2019, isto representa um aumento de 6,6 pontos percentuais face aos 11,44% então registados.
De acordo com o INE, as províncias angolanas que registaram maior aumento foram as de Lunda Norte (2,11%), Luanda (1,91%), Cuando Cubango (1,85%) e Malanje (1,72%).
Por outro lado, as províncias com menor variação foram Cunene (1,30%), Lunda Sul (1,34%), Benguela (1,41%) e Cabinda (1,44%).
No início de setembro, a agência de ‘rating’ Fitch previu uma recessão de 4% em Angola e uma subida da inflação para 24% durante este ano.
“A contração no setor petrolífero, combinada com a falta de liquidez em dólares, vai manter Angola no quinto ano consecutivo de recessão, com uma contração de 4% e uma aceleração da inflação para 24% este ano, bem acima da média dos países com nota B, de 4,8%”, afirmou então a agência, acrescentando que a economia angolana “continua a ser limitada pelo alto nível de dependência de matérias-primas”.
Devido à pandemia de covid-19, verificou-se uma redução do preço do barril de petróleo, o que levou a que os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros reduzissem a produção, de modo a equilibrarem o preço do barril de petróleo.