Sábado, 7 de Dezembro, 2024

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FMI alerta que desconfinamento não garante uma rápida recuperação

O confinamento para conter a pandemia de coronavírus tem um custo económico, mas levantar as restrições não é a garantia de uma recuperação rápida, a não ser que o vírus seja contido, alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira (8).

Os economistas do Fundo explicaram no relatório “O grande confinamento: dissecando os efeitos económicos” que as práticas de distanciamento social voluntárias tiveram um impacto quase tão importante quanto as restrições ditadas pelas autoridades.

Os especialistas usaram dados do Google e da telefônica Vodafone para estabelecer que o distanciamento social voluntário teve uma “contribuição importante” para a recessão induzida pela covid-19, o que deveria ser um alerta em relação às expectativas de “uma recuperação económica rápida, uma vez que os confinamentos sejam levantados”.

O FMI acrescentou que isso é “especialmente relevante para os países que levantam os confinamentos prematuramente, quando as infeções ainda estão muito altas”.

Apesar dos custos económicos em curto prazo, os confinamentos podem implicar uma recuperação económica mais rápida já que freiam o vírus e reduzem o distanciamento social voluntário, indicaram os economistas.

O FMI rejeitou um debate simplista entre o custo das vidas e a economia e indicou que um aumento dos contágios também afeta a economia e faz com que as pessoas tenham menos vontade de sair.

“Quando as infeções diminuem, os confinamentos abrem caminho para uma recuperação mais rápida, na qual as pessoas se sentem mais confortáveis para retomar suas atividades habituais”, afirmaram os especialistas do FMI.

Em junho, a instituição com sede em Washington projetou que este ano a economia mundial sofreria uma contração de 4,8%. No entanto, nesta semana a diretora gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que a situação é “menos grave” do que o previsto.

Mas também afirmou que a recuperação será longa.

O FMI deve publicar na próxima terça-feira seu relatório de Perspectivas da Economia Mundial (WEO, em suas siglas em inglês).

Os autores do relatório alertam que “enquanto os riscos de saúde persistirem, a atividade económica provavelmente continuará debilitada”.

Além disso, reiteraram o apelo da chefe do FMI para resistir ao impulso de retirar as políticas de apoio à economia rápido demais, enquanto afirmaram que os gastos devem ser preservados nas “redes de segurança social”.

Recomendaram também aos governos que implementem medidas que apoiem a atividade econômica, mantendo o distanciamento social e incentivando o trabalho à distância na medida do possível.

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