O grau de participação de investidores particulares na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) passou de 14,70%, em 2019, para 15, 09% até Agosto deste ano (2020).
O grosso de participação neste mercado de valores mobiliários é ocupado por 26 instituições financeiras que operam no mercado angolano.
Este indicador, de acordo com o director do Gabinete de Estudo e Estatística, Vasco Januário, permite à Comissão de Mercados de Capitais (CMC) acompanhar a participação das famílias e particulares no próprio mercado.
Estes dados, referiu, servem agora de desafio para CMC que vai precisar avaliar as melhores métricas para apurar o grau de literacia financeira no País, em coordenação com o Banco Nacional de Angola (BNA).
Outro indicador positivo do mercado de capitais, apresentado esta segunda-feira pela CMC no webinar sobre “Finanças para Todos”, é o aumento dos níveis de acesso à conta da Central de Valores Mobiliários de Angola (Cevama), que passou de seis mil e 900 contas em 2018, para 14 mil e 500 até Setembro de 2020.
Esses dados revelam que o mercado de capitais começa a ser uma alternativa para a abertura de “conta custódia” na Cevema, além dos bancos comerciais.
Outro facto assinalável neste mercado é a participação de particulares a investirem em fundos de investimento e em sociedades gestoras, actualmente com mais de cinco mil participantes a nível do país.
Com estes números, a CMC garante mais trabalho para alargar a base dos investidores em Angola.
Um dos desafios para a atracção de investidores para a Bolsa passa pela criação de instrumentos que possam ser atractivos para o interesse do próprio investidor, segundo Vasco Januário.
Enquanto isso, para Costa Lima, administrador não Executivo do Banco Millennium BCP (Portugal), aconselhou as pessoas a evitar investir aí onde o risco é maior, e apostar por valores mínimos em fundos de investimento.
“É uma medida discriminatória, mas em outras geografias é um mecanismo para as pessoas evitarem a queimar os dedos”, aconselhou Costa Lima que também foi orador no webinar sobre Finanças para Todos.
Com base na experiência obtida na banca, defende que investimentos de menor dimensão é preferível apostar em fundos de investimento, partilhando o risco do que pôr uma parcela importante das poupanças num único instrumento que tenha riscos, como é o caso das acções.
“Onde há mais riscos, há possibilidades de ganhos maiores e também é maior a possibilidade de perda”, observa Lima Costa.
Experiências de Moçambique, Cabo Verde, Portugal, Brasil foram partilhadas neste webinar que se realizou, no quadro da Semana Mundial do Investidor, que decorre de 05 a 09 deste mês.