Uma pessoa morreu após um ataque armado a um autocarro de passageiros na província do Niassa, norte de Moçambique, na sexta-feira, disse hoje à Lusa fonte policial.
A província fica adjacente a Cabo Delgado, região fustigada por uma insurgência armada há três anos, que está a provocar uma crise humanitária com mais de mil mortos e 250.000 deslocados.
No entanto, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) no Niassa refere que “não há nenhuma relação”.
“Não se trata de nenhum ataque de insurgentes. Foi um crime ‘normal’, um assalto à mão armada, que ocorreu às 3:00 [02:00 em Lisboa] da madrugada do dia 02”, disse Alfredo Couana, porta-voz da PRM no Niassa.
Segundo a polícia, o autocarro de passageiros terá parado para remover barricadas que terão sido colocadas por um grupo de cinco pessoas num troço do distrito de Mavago e, na sequência disso, deu-se o ataque.
“O motorista quis manobrar o carro e foi alvejado mortalmente”, afirmou.
De acordo com a polícia, o grupo apoderou-se de dinheiro dos passageiros, num total de 85.000 meticais (cerca de 1.000 euros).
A PRM alega que o crime não tem o ‘modus operandi’ dos insurgentes.
“Que fique muito claro que não há nenhuma ligação com os ataques e que é um delito como outros. Os assaltantes por vezes agem dessa forma, enquanto os insurgentes têm seu ‘modus operandi’, eles não atacam viaturas, já têm alvos específicos”, referiu Alfredo Couana.
Alguns ataques de insurgentes em Cabo Delgado foram reivindicados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas a verdadeira origem da rebelião continua por esclarecer.
A região de Cabo Delgado deverá acolher nos próximos anos investimentos da ordem dos 50 mil milhões de dólares (42,4 mil milhões de euros) em gás natural, liderados pelas petrolíferas norte-americana Exxon Mobil e francesa Total (que já tem obras no terreno).