Segunda-feira, 13 de Outubro, 2025

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Moscovo aumenta apoio ao presidente bielorrusso Lukashenko

A Rússia anunciou a visita de seu primeiro-ministro a Belarus e um encontro entre Vladimir Putin e Alexander Lukashenko, demonstrando seu apoio ao presidente bielorrusso, em meio a uma onda de protestos.

O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, é esperado na quinta-feira (3), em Minsk, para a primeira visita de uma autoridade russa dessa categoria desde o início da crise política que abala Belarus há quase um mês.

Lukashenko, de 66 anos, incluindo 26 à frente de Belarus, recusa-se a dialogar com seus críticos, apesar dos protestos quase diários, alguns gigantescos, para denunciar sua reeleição. A oposição considera fraudulenta sua vitória na polêmica eleição presidencial de 9 de agosto.

Até agora, ele apenas mencionou a vaga ideia de uma revisão constitucional para responder ao descontentamento, uma abordagem considerada adequada por Moscovo, enquanto a repressão à oposição continua.

Recebendo seu colega bielorrusso, Vladimir Makei, em Moscovo, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, informou nesta quarta-feira (2) que Lukashenko será recebido pelo presidente Vladimir Putin “nas próximas duas semanas”.

Ele também denunciou as tentativas de “desestabilizar” Belarus e as “declarações destrutivas”, segundo ele, da Ucrânia, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia.

E julgou “intolerável” a ideia de uma mediação estrangeira entre o poder e a oposição, excluindo qualquer diálogo com esta última.

Já Vladimir Makei saudou o posicionamento “ponderado” de Moscovo, que nos primeiros dias da crise havia manifestado apoio indiferente a Alexander Lukashenko.

A Rússia tem mostrado sinais crescentes de apoio ao presidente bielorrusso, à medida que ele intensifica os ataques, denunciando uma conspiração ocidental contra seu governo.

As relações entre a Rússia e Belarus estiveram tensas na primavera e no início do verão, com Lukashenko acusando Moscou de tentar expulsá-lo do poder para controlar seu país.

– Uma pátria –

Desde a eleição presidencial, porém, que viu uma multidão sem precedentes contestar o poder do presidente autoritário, este último apelou à Rússia.

Ele também agradeceu calorosamente ao canal público russo RT – considerado pelos países ocidentais como uma arma de propaganda do Kremlin – “por (seu) apoio”. 

O homem forte de Belarus também proclamou publicamente que “nunca se afastou da Rússia”, argumentando que os bielorrussos e os russos têm uma única e mesma “pátria”.

Depois da promessa de Putin de enviar forças russas para Belarus, se o movimento de protesto aumentar, Minsk agora pede ajuda econômica. A economia nacional está em crise, devido à contestação, às sanções impostas por países vizinhos e à covid-19.

Belarus busca, assim, reestruturar sua dívida, suspendendo as restrições às viagens entre os dois países, adotada pela pandemia de coronavírus, assim como alternativas às suas rotas comerciais que passam pelos portos do Báltico. 

Moscovo disse que estuda todas as ideias e denunciou as sanções “inaceitáveis” decretadas por Lituânia, Estônia e Letônia contra Lukashenko e contra outras 29 autoridades.

A UE também está considera proibições de entrada e congelamento de ativos para autoridades bielorrussas, mas esta lista não é unânime e requer a aprovação dos 27 Estados-membros.

As autoridades bielorrussas continuam, por sua vez, a prender políticos, grevistas, jornalistas e manifestantes.

Apesar disso, por três semanas consecutivas, cerca de 100.000 pessoas foram às ruas de Minsk para denunciar o regime.

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