O ministro da Agricultura e Pescas, António Francisco de Assis, esclareceu hoje, no município de Ambaca, Cuanza Norte, que “erros técnicos na acomodação” dos animais estiveram na base das mortes de 105 das mil e 500 cabeças de gado bovino, provenientes da República do Tchad.
Em declarações à imprensa, no final da visita a vila de Camabatela, o governante precisou que as mortes resultaram de erros técnicos na acomodação dos animais, nomedamente a falta de infra-estruturas adequadas nas fazendas de colocação, medicamentos e falta de sistemas científicos de quarentena dos animais.
Além desses elementos, concorreram também para as mortes desses animais, registadas em Abril deste ano em Camabatela, a falta de metodologias, de treinamento, rigor e de responsabilidade por parte dos criadores, explicou.
“Nós temos problemas estruturais sérios no país como a falta de medicamentos, vacinas, laboratórios e de veterinários, mas estamos a corrigir estes erros. Como por exemplo as pessoas para receberem o gado deveriam previamente serem preparadas e isso não aconteceu”, sublinhou.
De acordo com o chefe do departamento provincial do Cuanza Norte do Instituto do Serviço de Veterinária, João Alfredo, os animais começaram a morrer logo após a sua chegada naquele município, depois de terem estado em quarentena, no complexo agro-pecuário da Quiminha, província de Luanda, onde foram submetidos a análises laboratoriais para saber do seu estado sanitário.
No âmbito do programa de repovoamento animal do Planalto de Camabatela e no quadro dos acordos assinados com o Tchad, Angola começou a receber em Março último as primeiras cinco mil cabeças de um total de 75 mil a serem entregues nos próximos oito anos.
O gado que o país recebe resulta do pagamento de uma dívida, que o Tchad contraiu com Angola, avaliada em 100 milhões de dólares e convertida no fornecimento de animais, para o repovoamento bovino de zonas do país despovoadas.
Entretanto, a prioridade é o repovoamento do Planalto de Camabatela, que inclui as províncias do Cuanza Norte, Uíge e Malanje, que vai beneficiar de 60 por cento das 75 mil cabeças resultantes do acordo entre os dois países.