Um eritreu com problemas psiquiátricos pediu desculpas, nesta quarta-feira (19), ante um tribunal alemão que o julga pela morte uma criança que empurrou para linha férrea onde foi colhida por um comboio, um caso que causou grande comoção no país.
“Lamento muito, principalmente pela família”, disse Habte Araya, em declaração lida por seu advogado na abertura do julgamento num tribunal de Frankfurt, onde responde por homicídio, duas tentativas de homicídio e ferimentos graves.
O Ministério Público requereu internação duradoura desse homem de 41 anos, que morava na Suíça há 14 anos, num hospital psiquiátrico, alegando que há alta probabilidade de reincidência.
A justiça deve decidir se o homem era criminalmente responsável por suas ações no momento do crime.
Em julho do ano passado, ele empurrou Leo, de 8 anos, e sua mãe de 40 para linha férrea, no momento em que se aproximava um comboio de alta velocidade à estação de Frankfurt. O menino morreu na hora, mas sua mãe conseguiu salvar-se. Ferida e em estado de choque, ela foi levada para o hospital.
Habte Araya também tentou empurrar uma terceira pessoa, de 78 anos, para os trilhos, mas ela conseguiu se livrar e se tornou parte civil no processo, assim como a família do menino.
Um mês depois dos fatos, o homem, procurado pela polícia suíça por ataques ocorridos quatro dias antes naquele país, foi internado num hospital psiquiátrico.
O Ministério Público considera que ele sofre de “esquizofrenia paranóica”.
O caso comoveu a Alemanha. Em poucos dias, foram arrecadados mais de 100.000 euros de doações para a família do menino.
A extrema direita alemã também aproveitou o acontecimento para denunciar mais uma vez a política de imigração, em sua opinião muito permissiva, do governo de Angela Merkel.