O processo da quarentena e isolamento domiciliar para os cidadãos suspeitos e assintomáticos à Covid-19, iniciado este sábado (dia 15), em todo país, contará com apoio das brigadas comunitárias de vigilância, que terão a missão de acompanhar e fiscalizar o cumprimento das medidas, desde o primeiro dia até o momento da alta.
De acordo com o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, que fazia a habitual actualização do quadro epidemiológico do país, as brigadas serão constituídas por um grupo de pessoas de uma determinada comunidade (bairro, prédio, quarteirão ou aldeia), que serão lideradas pela administração municipal.
Essas brigadas, avançou, serão coordenadas por um ponto focal da administração municipal e membros da comissão de moradores, assim como agentes comunitários da saúde, mobilizadores sociais, líderes religiosos ou associações filantrópicas.
Segundo Franco Mufinda, além dessas brigadas terá também uma equipa da saúde, que deverá fazer o seguimento clínico das pessoas infectadas nas residências.
Perante esse cenário, o secretário de Estado apelou as famílias que tenham um membro na condição de quarentena ou isolamento em casa a não se espantarem com a presença das referidas brigadas nas residências, pedindo a colaboração de todos os cidadãos para o cumprimento dessas medidas.
“Haverá a necessidade das brigadas frequentarem permanentemente as casas das pessoas infectadas, principalmente nos três primeiros dias, para fazer o seguimento milimétrico dos doentes”, clarificou.
Lembrou ainda que o isolamento domiciliar será destinado ao cidadão que tenha testado positivo à Covid-19 sem apresentar sintomas da doença (assintomático), sendo que a pessoa infectada poderá coabitar com os demais membros da família na mesma residência, devendo ser isolado num quarto ou anexo independente, para não ter contacto directo com ninguém.
Referiu que a coabitação do eventual infectado dependerá também do consentimento e da colaboração da família.
Por outro lado, sublinhou que a quarentena domiciliar aplica-se aos cidadãos nacionais, diplomatas e estrangeiros residentes em Angola, provenientes do exterior com um teste negativo de pré-embarque, realizado 72 horas antes da viagem.
Enquanto isso, esclareceu que os cidadãos estrangeiros não residentes irão continuar a cumprir a quarentena institucional.
Ambas as medidas (quarentena e isolamento domiciliar) serão acompanhadas da avaliação de risco e seguimento das pessoas desde o primeiro dia até o momento alta, que será dada somente pelas autoridades sanitárias.
A observação do isolamento domiciliar dos casos assintomáticos ou de pessoas suspeitas à Covid-19 dependerá das condições da residência do doente, assim como da avaliação de risco a ser feita pelas autoridades sanitárias.
O tempo do isolamento poderá ser de até 14 dias, dependendo sempre da evolução da doença e dos resultados dos testes.
Desde a confirmação dos dois primeiros casos positivos no país (dia 21 de Março último), o isolamento de doentes de Covid-19 tem sido feito nos centros de tratamento do Estado, enquanto a quarentena já é feita quer nos centros quer ao domicílio.
Com a confirmação de 27 novos casos e 44 recuperados, nas últimas 24 horas, Angola regista um total de mil e 879 infectados, dos quais mil e 165 activos, 628 recuperados e 86 óbitos.
Até ao momento, apenas quatro das 18 províncias do país ainda não registaram nenhum caso positivo de Covid-19, nomeadamente, Namibe, Lunda Sul, Cuando Cubango e Huambo.