Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Eurodeputados consideram “vergonhosa” a rejeição da Polônia sobre o tratado de violência contra as mulheres

Vários eurodeputados, incluindo os líderes dos grupos socialistas e democratas, expressaram seu descontentamento nesse domingo (26) diante da intenção do governo conservador nacionalista polonês de denunciar a Convenção de Istambul, tratado que foi criado para enfrentar a violência contra as mulheres.

“É vergonhoso que um Estado-membro da UE queira se retirar da Convenção de Istambul”, tuitou a espanhola Iratxe García Pérez, presidente do grupo S&D; no Parlamento europeu, que mostrou seu apoio “aos cidadãos poloneses que saíram as ruas para exigir respeito pelos direitos das mulheres”.

O romeno Dacian Ciolos, presidente do grupo Renew, declarou na mesma rede social que “a luta contra a violência sofrida pelas mulheres não é uma ideologia, e sim uma obrigação moral”

Membros do governo polonês anunciaram recentemente a intenção de Varsóvia de sair da Convenção de Istambul, um tratado adotado em 2011 pelo Conselho da Europa (que reúne 47 países) e é a primeira ferramenta supranacional que fixa normas jurídicas vinculadas para impedir a violência de caráter sexista.

A Polônia havia firmado esta convenção em 2012, quando governava no país uma coalizão de centro, e não havia ratificado três anos depois.

Perguntado pela AFP, um porta-voz da Comissão Europeia declarou que a instituição “lamenta que uma questão tão importante tenha sido distorcida por argumentos enganosos em alguns Estados membros”.

Afirmou ainda que Bruxelas continua “seus esforços para finalizar a adesão da UE na Convenção”, firmada em 2017 mas sem nenhuma ratificação.

Outros eurodeputados reagiram nesse domingo no Twitter, como o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, que qualificou esta decisão polonesa como “escandalosa”, o irlandês Frances Fitzgerald, do grupo PPE (direita), que apoia “a ratificação da convenção a nível europeu”.

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