O antigo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Murade Murargy defendeu hoje que a organização deve ajudar Moçambique no combate aos ataques em Cabo Delgado, nomeadamente agindo “como um padrinho” na mobilização de apoios internacionais.
Como moçambicano, Murade Murargy, que também fez parte de anteriores governos do seu país e foi chefe da Casa Civil de ex-Presidente Joaquim Chissano, disse, em entrevista à Lusa, que Moçambique precisa do apoio internacional para combater o problema dos ataques em Cabo Delgado (norte do país) e que a CPLP devia passar das palavras aos atos na ajuda a um Estado-membro que enfrenta “uma agressão externa” e “uma invasão do seu território”.
“O meu país, além desta grande crise sanitária [a pandemia de covid-19] ainda está enfrentando duas frentes de batalha (…). A primeira, já é antiga,(…) que é a guerra contra a Junta Militar da Renamo [o grupo de antigos militares do braço armado do maior partido da oposição], que está ainda atuando no centro de Moçambique. Depois tem a frente de Cabo Delgado, que está mais relacionada com o crime organizado e transfronteiriço”, sublinhou.