Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Acusação pede até 41 anos de prisão para elementos que ajudaram ataque terrorista na Catalunha

O Ministério Público espanhol pediu hoje penas de prisão entre oito e 41 anos de cadeia para três membros da célula terrorista responsável pelos ataques em Barcelona e Tarragona de 17 de agosto de 2017, onde morreram 16 pessoas.

A acusação pede 41 anos de prisão para o suspeito Mohamed Houli Chemia, sobrevivente da explosão na casa da célula terrorista, em Alcanar (Tarragona), e 36 para Driss Oukabir, o irmão de um dos terroristas mortos, e em nome do qual foi alugada a carrinha utilizada em Las Ramblas (Barcelona).

Os dois são acusados dos crimes de pertencer a uma organização terrorista, fabrico e posse de material explosivo, e conspiração para cometer atos terroristas relacionados com os planos de ataque à Sagrada Família, um dos monumentos mais conhecidos de Barcelona.

Para o terceiro arguido, Said Ben Iazza, o Ministério Público solicita oito anos de prisão por colaboração com o grupo terrorista.

Nenhum deles foi acusado como responsável pelas 16 mortes e 140 feridos na operação, uma vez que os membros da célula que cometeram esses crimes foram mortos pela polícia regional (Mossos d’Esquadra) ou na explosão de Alcanar.

O tribunal que os está a julgar, a Audiência Nacional, recusou-se a estender a acusação e considerá-los como coautores dos assassínios consumados e das tentativas de assassínio.

Nas 96 páginas do auto de acusação, a procuradora responsável pelo caso relata como a célula foi formada em redor do imã Abdelbaki Es Satty, que morreu em Alcanar, e que doutrinou os seus membros para justificar o uso de “violência extrema”.

Os membros do grupo terrorista eram todos jovens marroquinos, irmãos ou amigos de infância, que viviam na cidade de Ripoll, na Catalunha perto da fronteira com França.

Três meses antes dos ataques, o grupo começou a comprar material para fazer explosivos, armazenando entre 200 e 500 quilos de explosivos, assim como 104 botijas de gás butano e 19 artefactos caseiros.

Segundo o auto de acusação, no final de maio de 2017, houve uma reunião em que foi dito aos acusados que era precisa a sua ajuda para demolir a Sagrada Família e outros monumentos emblemáticos da cidade de Barcelona com explosivos que iriam preparar.

Na altura, foi proposta “a utilização de carrinhas alugadas carregadas com explosivos juntamente com botijas de butano, para conseguir uma maior onda de choque, bem como engenhos explosivos feitos a partir de tubos cheios de estilhaços, para funcionarem como granadas ou coletes explosivos.

Às 23:16 de 16 de agosto de 2017, ocorreu uma explosão na casa de Alcanar, onde as botijas estavam a ser armazenadas, matando vários elementos da célula.

No dia seguinte, um dos elementos do grupo conduziu uma carrinha Fiat Talento até Barcelona, “onde por volta das 16:50 chegou às Ramblas” — um local muito turístico na capital catalã – onde entrou a grande velocidade e a ziguezaguear ao longo do passeio central, apenas para peões, “atropelando as pessoas que ali caminhavam”.

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