Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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BNA está a investigar denúncias sobre operações irregulares no BFA

O Banco Nacional de Angola (BNA) está a investigar as alegadas operações suspeitas no Banco Fomento Angola, denunciadas pelo antigo vice-presidente da instituição, António Domingues, que se demitiu na semana passada, segundo fonte do regulador

“Neste momento está a decorrer uma inspeção”, indicou à Lusa uma fonte do BNA.

Em causa está uma carta enviada ao BNA pelo gestor português, na qual António Domingues expunha as suas preocupações sobre a violação das normas aplicáveis ao setor bancário, de que teve conhecimento através de uma auditoria, em particular a lei de combate ao branqueamento de capitais e o código de conduta da instituição bancária.

Numa análise do banco, a que a Lusa teve acesso, o departamento que assegura o cumprimento das regras internas admite que “houve falta de rigor e não foram cumpridos procedimentos de controlo definidos para mitigar riscos operacionais, de Compliance e de fraude”,

A análise refere-se a um depósito de 21,8 milhões de kwanzas, no dia 20 de julho de 2017, assinado por uma estudante de 23 anos de Viana, e um outro depósito de 250 mil dólares, na conta de Manuel Paulo da Cunha (‘Nito Cunha’), antigo diretor do gabinete do ex-Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos, tendo ambos levantado suspeitas internas.

Estas irregularidades foram as razões apresentadas pelo vice-presidente do BFA, detido em 48,1% pelo BPI, para se demitir do cargo, a 06 de julho.

“É meu entendimento de que, como membro do Conselho de Administração do banco, ao deles tomar conhecimento tenho a obrigação legal e regulamentar de dar conhecimento às autoridades de supervisão nos termos da legislação aplicável”, escreve António Domingues, que denunciou o caso ao governador do Banco Nacional de Angola numa missiva datada de 2 de julho, na qual argumenta que “os factos e as suas consequências não prescreveram”.

De acordo com o departamento de auditoria interna do BFA, essas operações expõem o banco a multas e penalizações ao abrigo das normas contra o branqueamento de capitais e o financiamento ilícito.

O BFA prometeu, na segunda-feira, que se vai pronunciar “nos próximos dias” sobre os motivos da demissão de António Domingues.

Segundo o site do banco, também Otília Carmo Faleiro cessou o mandato como vogal do conselho de administração “a seu pedido”, a 08 de julho.

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