Sábado, 27 de Julho, 2024

MPLA demarca-se de intrigas na política

O Presidente do MPLA, João Lourenço, afastou esta terça-feira a possibilidade do partido que lidera alinhar e alimentar intrigas, como forma de estar na política, por esta postura ser contrária à vontade da grande maioria dos cidadãos angolanos.

O líder do MPLA, que discursava, em Luanda, na segunda reunião ordinária do Bureau Político do seu partido, disse ser preocupante constatar o ressurgir de um discurso político baseado na mentira e no insulto verbal contra o adversário e contra os titulares das principais instituições do poder do Estado.

Na sua intervenção, João Lourenço encorajou os angolanos a preservarem as suas energias para enfrentarem a Covid-19 e lutarem pela consolidação da economia, tendo em vista a melhoria das condições de vida do povo.

“O país está em paz já lá vão 18 anos, durante os quais conseguimos ultrapassar a desconfiança então reinante entre nós”, observou o também Presidente da República, ao sublinhar que o país constrói hoje uma sociedade democrática, “onde ser-se militante de um partido político não é sinónimo de superioridade para com os demais cidadãos, nem confere privilégios especiais”.

Conforme referiu João Lourenço, este aspecto não tem nada a ver com a disputa entre as forças políticas e o direito de uns fazerem oposição ao poder, nos termos da lei e da ética política.

O líder do MPLA ressaltou que os canais de diálogo estão abertos a todos, sobretudo para os líderes partidários que têm no Parlamento, com emissões em directo, a arena perfeita para se exprimir livremente, a comunicação social, o Conselho da República e ainda a possibilidade real das audiências com o Chefe de Estado.

“Como podemos observar, o leque de oportunidades de diálogo é bastante vasto”, vincou o Presidente do partido no poder.

MPLA descarta desaparecimento do FSDEA

Perante o Bureau Político do MPLA, João Lourenço considerou infundadas as informações sobre o fim do Fundo Soberano de Angola (FSDEA).

“Ninguém acabou com o Fundo Soberano, ele vai continuar a existir e a servir o fim para o qual foi criado”, informou o líder do MPLA.

João Lourenço sublinhou que os Fundos Soberanos não têm de ter necessariamente aquele valor inicial tão elevado, a julgar pela experiência dos países com Fundos mais pequenos e melhor geridos.

“Nesta fase de crise económica, usamos apenas parte dele para um fim nobre, o de criar infraestruturas sociais, escolares, hospitalares, administrativas, de água e de energia, ali onde se faz a vida do cidadão, nos municípios, ao abrigo do Regulamento de Gestão do próprio Fundo Soberano, que nestes casos admite tal possibilidade”, aclarou.

Nesse sentido, sublinhou o lançamento do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), com a inauguração das primeiras obras na província da Huíla, ao que se seguirão outras por praticamente todos os municípios do país.

“Quando anunciámos este programa, surgiram vozes contrárias com o argumento segundo o qual estaríamos a comprometer o futuro das gerações vindouras usando recursos do Fundo Soberano”, observou.

Segundo o líder do MPLA, os mesmos que se insurgiram publicamente contra a mão caridosa das organizações da sociedade civil que distribuíram alimentos aos necessitados, são os que não querem ver o Executivo levar para os municípios os serviços públicos mais próximos do cidadãos.

A segunda reunião ordinária do Bureau Político do MPLA, que decorre no Complexo do Futungo II, a sul de Luanda, está focada na situação política, económica e social do país, bem como nas questões que se prendem com a vida interna do partido.

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