Sábado, 27 de Julho, 2024

País regista mais de 38 mil consumidores de drogas

Trinta e oito mil e 352 pessoas foram diagnosticadas nos últimos três anos pelas unidades sanitárias como consumidoras de álcool e outras drogas no país, de acordo com dados estatísticos do Ministério da Saúde (MINSA), divulgados nesta sexta-feira, em Luanda.

A informação avança que as faixas etárias dos 15 aos 24 anos e dos 25 aos 49 são as mais afectadas com predominância para o sexo masculino.

Os dados do MINSA foram apresentados pela presidente do Grupo das Mulheres Parlamentares, Maria Carmo do Nascimento, quando intervinha na abertura da palestra sobre o Dia Internacional de Prevenção e Combate ao Uso de Drogas, que se assinala.

Segundo a deputada, o Hospital Psiquiátrico de Luanda, durante o ano de 2019, assistiu, no banco de urgência, um total de 34 mil e 246 pacientes, sendo 17 mil e 272 do sexo masculino e 16 mil e 974 do sexo feminino, dos quais cinco mil e 43 estão relacionados com transtornos comportamentais por uso de álcool, cannabis (liamba), entre outras drogas.

Referiu que as províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo, Namibe, Cunene e de Cabinda são as mais afectadas, onde as drogas mais consumidas são o álcool, cannabis e crack.

Por sua vez, a presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL), Maria Antónia Nelumba, apontou a desestruturação familiar, a influência das más companhias, o desemprego e as campanhas de publicidade como factores que contribuem para o surgimento de casos.

Na ocasião, o sociólogo Paulo de Carvalho, que abordou o tema “Responsabilidade da família no consumo de drogas “, defendeu as políticas públicas inclusivas como uma das soluções para se combater este mal.

“O acesso à escola, aos cursos técnicos profissionais, promoção do emprego, distribuição de kits de trabalho e a criação de condições sociais no interior (municípios, comunas e aldeias) são igualmente soluções para combater este problema”, salientou.

Já a directora do Centro de Reabilitação e Reinserção de Tóxicos Dependentes do Bengo, Fausta da Conceição, que abordou o tema “Consequência das Drogas no Organismo e na Sociedade”, precisou que a droga no corpo humano altera o comportamento cognitivo, como perca da memória, falta de concentração e diminuição na aprendizagem.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afecta valores culturais, sociais, económicos e políticos.

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