O presidente da sétima Comissão da Assembleia Nacional, Boaventura Cardoso, apelou, nesta quarta-feira, ao diálogo entre as partes envolvidas no conflito interno da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Em declarações à imprensa, Boaventura Cardoso disse que as cisões são problemas recorrentes nas denominações religiosas que devem ser resolvidos pelos próprios membros.
Para o deputado, o diálogo é fundamental, devendo a sinceridade marcar todo o processo de conversações para encontrarem soluções adequadas ao momento.
Disse que a comissão não recebeu qualquer notificação sobre o assunto, nem em relação ao processo de investigação sobre as acusações contra os pastores brasileiros.
Lamentou a situação, na medida em que as igrejas são parceiras do Estado e envolvem uma acção social bastante significativa, pelo que é “bom que elas funcionem de forma tranquila, procurando dirimir os seus problemas.
Os bispos e pastores angolanos, que se demarcaram da ala brasileira fiel a Edir Macedo, ocupam desde segunda-feira algumas igrejas em Luanda e nas províncias de Benguela, Huambo, Malanje, Namibe e Cuanza Sul.
Os angolanos acusam os brasileiros de irregularidades e montaram, nesta segunda-feira, o seu “estado-maior“ na Catedral do Morro Bento, localizada na Avenida 21 de Janeiro.
Liderados pelo bispo Valente Bizerra, os pastores angolanos decidiram romper, em Novembro do ano passado, com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, por alegadas práticas doutrinais contrárias à religião, como a exigência da prática de vasectomia, castração química, além da evasão de divisas para o exterior do país.
Organizados num grupo que decidiram apelidar de Comissão de Reforma de Pastores Angolanos (CRPA), justificaram o acto com o facto de os bispos e pastores brasileiros continuarem a revelar uma forte ganância pelo dinheiro dos fiéis, por promoverem o racismo, discriminação social, abuso de autoridade, faltas de respeito e humilhações públicas contra pastores angolanos.