Sábado, 27 de Julho, 2024

Fim da cerca do Hoji-Ya-Henda sem data

O levantamento da cerca sanitária do bairro Hoji-Ya-Henda, em vigor desde 11 de Maio, está condicionado a recolha de novas amostras a indivíduos cujos primeiros exames resultaram indeterminados, informou hoje, nesta cidade, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

Tal colecta de elementos biológicos a estes cidadãos suspeitos só não aconteceu até ao momento devido ao “comportamento violento” protagonizado pelos moradores desta zona, do município do Cazenga, em Luanda, atitude repudiada pela governante, em conferência de imprensa.

“O cordão sanitário do Hoji-Ya-Henda – por sinal – de alto risco, é responsável da contribuição da maioria dos casos de transmissão local, fixados em 101, que, com mais 65 importados, totalizam 166 infectados no país” explicou Sílvia Lutucuta, ao actualizar os dados da pandemia.

“A Polícia e os nossos técnicos de saúde foram apedrejados pela população, nesse bairro, quando se deslocaram para o local a fim de recolher novas amostras a dois cidadãos que tiveram resultados indeterminados nos primeiros testes”, referiu a ministra.

Na ocasião, a também porta-voz da Comissão Multissectorial para Resposta à Covid-19 condicionou o fim das restrições nessa localidade, até então aprazada para hoje (dia 18), pelo facto de os aludidos moradores serem contactos de pessoas que testaram positivo.

“Estamos a falar de um universo de três mil 549 pessoas”, especificou a titular do sector da Saúde em Angola.

Relativamente a cerco da Clínica Multiperfil, Sílvia Lutucuta informou que o seu termo está para breve, enquanto a da zona Oliva, no bairro da Sapú, município de Viana, deve ser levantada esta sexta-feira, após 53 pessoas, contactos de um caso positivo, testarem negativo. 

Por outro lado, a governante incentivou a população a continuar a acorrer ao Hospital Pediátrico “David Bernardino”, apesar de uma criança de três meses ter testado positivo ao novo coronavírus, após se dirigir ao Banco de Urgência com sinais de doenças respiratórias.

“Temos condições de biossegurança criadas, nos hospitais, e neste em particular, com uma área reservada para tratamento de síndrome respiratório agudo, grave ou complicado”, assegurou a porta-voz da Comissão Multissectorial para Resposta à Pandemia.

Durante a sua intervenção, Sílvia Lutucuta reiterou o apoio do Estado aos angolanos em tratamento em Portugal e África do Sul, sobretudo os que estão sob controlo da Junta Médica, em Portugal. Informou, entretanto, que os eventuais atrasos registados devem à “pressão mundial”.

Apesar dos actuais números registados da doença (166 infectados, 94 activos, 64 recuperados e oito óbitos), disse que a situação está controlada, porque o país não está no pior cenário, se comparado aos vizinhos.

“Tolerância Zero”, foi assim que terminou a ministra, ao reiterar “medidas duras” contra os violadores das cercas sanitárias, sobretudo a partir das fronteiras de Luanda, o que originou a exportação de três casos no Cuanza Norte, os primeiros fora da capital do país.

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