Uma equipa médica, composta por técnicos séniores do Ministério da Saúde, parte hoje para a província do Cuanza Norte para investigar os três casos que surgiram naquela província, sendo os primeiros casos registados fora de Luanda, informou o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
“Estamos a preparar uma equipa multidisciplinar para fazer o acompanhamento no que diz respeito à gestão de casos, sobretudo a vigilância epidemiológica”, disse.
Segundo Franco Mufinda, este processo vai carecer de um estudo do vínculo epidemiológico, que já começou e será complementado pela equipa do Ministério da Saúde, composta por técnicos séniores.
Trata-se de três indivíduos do sexo masculino, de idades compreendidas entre 34 e 58 anos, dois originários da África Ocidental e um de nacionalidade angolana, que violaram a cerca sanitária de Luanda e levaram a doença àquela província.
Um deles, informou Franco Mufinda, “inspira cuidados”, por apresentar doença pulmonar de base.
Nesta altura, Angola regista um total de 148 casos, dos quais seis óbitos, 64 recuperados e 78 ativos.
Até à data foram recolhidas 15.183 amostras, das quais 148 positivas e 14.433 negativas, encontrando-se em processamento 655.
As transmissões a nível local atingiram já 83 casos, sendo a importação maior de casos da Rússia, com 53%, enquanto Portugal representa 38%.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 436 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países africanos e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções e de mortos (1.664 casos e 32 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.492 casos e 15 mortos), Cabo Verde (782 casos e sete mortos), São Tomé e Príncipe (671 casos e 12 mortos), Moçambique (638 casos e quatro mortos) e Angola (148 infetados e seis mortos).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.