O Governo chinês disse hoje que espera chegar a um acordo pacífico com a Índia, depois de confrontos em território disputado pelos dois países nos Himalaias ter deixado 20 soldados indianos mortos.
“Os dois lados concordaram em resolver esta questão por meio do diálogo e consulta, e a realizar esforços para facilitar a situação e salvaguardar a paz e a tranquilidade na área fronteiriça”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian.
“Do lado chinês, certamente não queremos mais confrontos” com a Índia, garantiu.
O porta-voz pediu à Índia que evite “gestos provocativos, suscetíveis de piorarem a situação” e repetiu reivindicações chinesas de que os confrontos, nos quais um oficial indiano e 19 soldados foram mortos e muitos mais feridos, ocorreram depois de as tropas indianas terem provocado e atacado pessoal chinês.
A China não anunciou nenhuma baixa do seu lado.
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês disse que o confronto ocorreu porque a Índia subestimou a força e a resiliência do exército chinês em retaliar.
O Global Times afirmou que o país optou por não divulgar se houve baixas do lado chinês para evitar comparações e impedir nova escalada.
As forças de segurança indianas garantiram que nenhum dos lados usou armas de fogo durante o confronto travado na região de Ladakh, na segunda-feira, no primeiro confronto mortal, desde 1975, na fronteira disputada entre a Índia e a China.
Durante os confrontos, os soldados usaram sobretudo paus e canas de bambu, assim como o arremesso de pedras.
A China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia. A Índia diz que a China ocupa 38.000 quilómetros quadrados de território no planalto de Aksai Chin, na região dos Himalaias, uma parte contígua da região de Ladakh.
A Índia declarou unilateralmente Ladakh um território federal em agosto de 2019. A China foi dos poucos países a condenar fortemente a medida, referindo-a em fóruns internacionais, incluindo no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A ONU instou os dois lados a “exercerem máxima contenção”.
“Estamos preocupados com os relatos de violência e mortes na Linha de Controlo Real entre a Índia e a China”, disse Eri Kaneko, porta-voz da ONU.