O deputado único do Chega, André Ventura, manifestou-se contra uma eventual nomeação de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal e disse que o governante demissionário ficará na história como o ministro “que fugiu”.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, André Ventura assinalou que é “pelo menos irónico” que Centeno saia do Governo “minutos antes” de ser aprovada legislação no parlamento que altera as regras de nomeação das entidades independentes.
Para Ventura, “não se compreende que Mário Centeno, acabado de ser ministro das Finanças e de presidir ao Eurogrupo, saia para o Banco de Portugal”, defendeu, questionando que garantias de independência poderia dar.
“O que vamos ter é um ministro a transferir-se de supervisionar essa entidade para trabalhar nessa entidade. Que garantias de independência poderemos ter?”, perguntou.
O deputado referia-se à aprovação, no parlamento, de dois projetos de lei (PAN e PEV) com novas regras para a nomeação do governador do Banco de Portugal e da direção das entidades administrativas independentes, incluindo um intervalo de cinco anos para ex-governantes.
“Parece errado que depois de ser ministro das Finanças numa legislatura inteira e depois de ser presidente do Eurogrupo, o ministro das Finanças abandone o cargo num momento em que mais precisamos dele”, considerou, por outro lado, o deputado do Chega.
Numa altura em que o país enfrenta “uma crise financeira, uma descida do PIB sem precedentes”, acusou, Mário Centeno “ficará na história como o ministro que fugiu quando mais se precisava dele”.
O Presidente da República aceitou hoje a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento, com a tomada de posse marcada para segunda-feira.
Secretário de Estado do Orçamento desde novembro de 2015, João Leão tem sido responsável pela política orçamental dos governos de António Costa.
Será João Leão que, no próximo dia 17, vai apresentar na Assembleia da República, a proposto do Governo de Orçamento Suplementar.