A presidente do Conselho Económico e Social das Nações Unidas pediu ações urgentes para ajudar o crescente número de países que já enfrentam ou correm o risco de endividamento devido ao impacto da pandemia da covid-19.
A embaixadora da Noruega na ONU, Mona Juul, chefe daquele órgão, que integra 54 países, disse na terça-feira em Nova Iorque, numa reunião sobre o financiamento da crise e recuperação face à pandemia, que a decisão das 20 principais potências económicas do mundo de congelar os pagamentos de serviços de dívida dos países mais pobres até o final do ano não é suficiente.
Juul disse que a suspensão do Grupo dos 20 vai libertar cerca de 11 mil milhões de dólares (8,9 mil milhões de euros) até o final do ano, mas estima-se que os países elegíveis tenham além disso mais 20 mil milhões de dólares (17,9 mil milhões de euros) em dívidas multilaterais e comerciais combinadas que se vencem este ano.
A responsável afirmou que isso significa que, mesmo que a moratória seja estendida até 2021, “muitos países terão de fazer escolhas difíceis entre pagar a dívida, combater a pandemia e investir na recuperação”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 379 mil mortos e infetou mais de 6,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de três milhões, contra mais de 2,1 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 165 mil, contra mais de 179 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.