Quinta-feira, 18 de Abril, 2024

Justiça suíça encerra uma investigação contra Joseph Blatter

Uma investigação contra o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter sobre um contrato de direitos de televisão em 2005 foi arquivada pela justiça suíça, disse o ex-dirigente suíço à AFP nesta terça-feira.

“Hoje eu fui oficialmente informado de que o Ministério Público da Confederação Suíça (MPC) decidiu por meio de uma portaria arquivar em 22 de maio a investigação sobre um contrato de direitos televisivos”, disse Blatter à AFP, confirmando informações do jornal Le Monde.

“Este anúncio já é uma coisa boa e ocorre exatamente cinco anos após minha decisão de disponibilizar meu cargo de presidente da Fifa”, disse Blatter, de 84 anos.

A justiça suíça encerra, portanto, uma das duas partes do procedimento aberto em 2015 contra o ex-chefe do futebol mundial por “suspeita de administração desleal e quebra de confiança”.

A imprensa publicou em abril que o MPC não pretendia continuar investigando Blatter por esses contratos.

A Fifa tem dez dias para apresentar um recurso da decisão do MPC no Tribunal Penal Federal de Bellinzone.

Questionada pela AFP, a federação internacional indicou que até o momento “não recebeu notificação formal desta decisão do MPC”.

“A Fifa vai estudar todas as opções legais para garantir que os responsáveis respondam por suas ações”, afirmou o tribunal.

O processo criminal aberto contra Blatter também inclui um pagamento atrasado e sem referência escrita, de 2 milhões de francos suíços (1,88 milhão de euros, US$ 2,10 milhões) a Michel Platini, então presidente da Uefa.

Esses pagamentos custaram aos dirigentes uma suspensão de vários anos de todas as atividades relacionadas ao futebol, impedindo Platini de concorrer nas eleições da Fifa para suceder Blatter.

Um relatório policial obtido no final de abril pela AFP diz que as suspeitas de “gestão desleal” contra Blatter “foram fundamentadas” e o MPC suspeitou que Blatter assinou um “contrato desfavorável para a Fifa” com a União de Futebol do Caribe (CFU), então dirigida por Jack Warner, de Trinidad e Tobago, suspenso pelo resto da vida pela Fifa e acusado de corrupção pela Justiça dos Estados Unidos.

Esse contrato, rescindido em 2011, se referia aos direitos televisivos das Copas do Mundo de 2010 e 2014 e era de US$ 600.000 (536.000 euros), valor considerado abaixo do preço de mercado.

Como consequência da “inação de Blatter contra a CFU ou contra Warner, a Fifa sofreu prejuízos no valor de US$ 3,78 milhões (3,48 milhões de euros)”, afirmou o relatório.

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