O ministro do Interior, Eugénio César Laborinho, mostrou-se hoje preocupado com o nível de crimes cometidos contra crianças em Angola, tendo sido registados este ano 1.427 casos, destacando-se a fuga à paternidade, trabalho infantil e disputa pela guarda.
O ministro discursava na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento entre o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e o Instituto Nacional da Criança (Inac) onde participou também a ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina de Alves.
“É com alguma preocupação que os órgãos de polícia criminal, ainda registam muitos crimes de violência contra a criança praticado no seio familiar, com realce para agressão, assédio sexual, violação, exploração infantil, entre outros”, afirmou Eugénio Laborinho, citado numa nota do Ministério do Interior.
O acordo hoje assinado pelos responsáveis do CISP e do Inac, que representam os dois ministérios, teve como objetivo “estreitar os mecanismos conjuntos”, tendentes a diminuir as estatísticas criminais.
“Pensamos ser urgente a adoção de políticas criminais mais duras, a fim de oferecer uma proteção mais efetiva às vítimas e desencorajar os infratores” referiu o ministro.
Também o Presidente angolano, João Lourenço, assinalou o Dia Internacional da Criança, apelando a uma maior atenção por parte de pais, encarregados de educação, professores e outros agentes formadores.
“Apelamos aos pais e encarregados de educação, aos professores e outros agentes formadores que se dediquem à árdua mas gratificante tarefa de defender as nossas crianças, pois são elas a maior garantia da continuidade da defesa dos nobres valores do patriotismo, do amor ao próximo e da solidariedade na construção de um país melhor para todos”, salientou o chefe do executivo angolano.
Numa mensagem divulgada pelo seu secretariado de imprensa, João Lourenço destacou que este dia se celebra “num ano marcado por uma pandemia global” que tem privado as crianças de assistir às aulas, brincar com os amigos, conviver com os seus familiares e levar uma vida normal.
“Elas veem-se, assim, afetadas desde muito novas por uma situação potencialmente traumatizante, que possivelmente as marcará para o resto da vida, se não tomarmos as medidas adequadas para o evitar”, frisou o chefe de Estado.
O Presidente angolano salientou que o Governo tem tomado medidas para minorar a crise provocada pela covid-19, nomeadamente criando condições para um regresso seguro à escola e salvaguardar aquelas que são mais vulneráveis.