Quarentena anos depois, a grua dos lotes do Prenda, distrito Urbano da Maianga, foi desmontada, nesta quinta-feira, por técnicos da Gruest – Angola.
A grua de cerca de 100 metros de comprimento e peso acima de duas toneladas, que serviu de suporte para a construção dos lotes, apresentava corrosão da estrutura metálica.
Abalada a 7 de Junho de 2018 por fortes ventos, que atingiram velocidades superiores a 30 quilómetros/hora e causaram vários prejuízos, a mesma representava perigo para 92 famílias, num total 488 pessoas residentes nos lotes e nas redondezas.
Diante dos danos, o Governo Provincial de Luanda (GPL) viu-se obrigado a criar uma comissão técnica (quadros do GPL, do distrito da Maianga, da CACL e do Laboratório de Engenharia de Angola), a fim de apresentar solução para a retirada do guindaste.
Dois anos depois das primeiras tentativas, os moradores respiram de alívio, por verem terminado o “pesadelo”.
Para a concretização da empreita, a empresa teve que demolir oito residências, para facilitar a montagem de dois guindastes que suportaram a desmontagem da grua obsoleta.
A fim de facilitar o trabalho, que durou cinco dias, o GPL disponibilizou às famílias afectadas 120 mil kwanzas cada, para provisoriamente arrendarem casas.
A empreitada, que incluiu desalojamento, realojamento, movimentação de meios técnicos e outras tarefas, ficou orçada em aproximadamente 50 milhões de kwanzas.
Com a desmontagem da grua, os moradores do lote 21 e os das residências construídas ao redor do guindaste velho vão poder dormir descansados, sem receio de que um dia a mesma venha cair por cima das casas.
Satisfeita com a acção do GPL, Olímpia Raposo, residente há mais de 20 anos na zona, afirmou que a remoção da grua devolve a tranquilidade.
“Quase não pegávamos no sono, temendo que a mesma caísse”, expressou a moradora, que apela ao GPL para melhorar o saneamento básico na zona.
A moradora Maria de Fátima contou que havia momentos em que a grua girava com os fortes ventos, provocando calafrios aos moradores. Muitos abandonaram o prédio.
De acordo com Artur Maia, director técnico da Gruest – Angola, foram usadas duas auto-gruas móveis (80 e 120 toneladas) para desmontar a lança principal, o contra peso e a coluna vertical.
Após a remoção da grua, conforme o governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova, a empreitada entra na terceira fase, que será a limpeza da área (recolha de resíduos sólidos e outros).
Informou que vão continuar a dialogar com a comissão de moradores da área, a fim de criar condições para a reposição das oito residências demolidas.
Sérgio Luther Rescova avançou que o GPL continua a contar com a colaboração dos munícipes, como parceiros principais, para a resolução dos problemas de Luanda.