Sexta-feira, 29 de Março, 2024

Angola reforça cooperação com países asiáticos

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, efectuou nos últimos dias contactos telefónicos com alguns dos seus homólogos do continente asiático, no sentido de estreitar e aprofundar relações diplomáticas entre Angola e países como China, Índia e Indonésia.

Angola e China

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, teve, recentemente, uma conversa telefónica com o seu homólogo da República Popular da China, Wang Yi, que serviu para passar em revista aspectos ligados à cooperação entre os dois países.

Na ocasião, Téte António felicitou aquele o país asiático pela forma como tem gerido a pandemia da Covid-19, e enalteceu o espírito de solidariedade demonstrado pela China para com os países africanos, incluindo Angola, pela ajuda variada, com destaque para o fornecimento de materiais de biossegurança.

O governante agradeceu igualmente as autoridades chinesas pelo apoio prestado aos estudantes angolanos na cidade de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, tendo informado ao seu homólogo sobre os esforços do Governo angolano para fazer face à pandemia da Covid-19.

Durante o diálogo, o diplomata angolano encorajou o investimento directo de instituições chinesas, particularmente no sector produtivo, aproveitando o processo de privatizações de 195 empresas públicas desencadeado pelo Governo angolano.

O processo de geminação de cidades angolanas e chinesas foi outro dos assuntos discutido entre os dois diplomatas.

 Por sua vez, Wang Yi deu a conhecer os esforços do seu país no combate à Covid-19 e disse estar a acompanhar com bastante interesse a forma como as autoridades angolanas têm vindo a gerir a situação da pandemia do coronavírus, sob a liderança do Presidente da República, João Lourenço.

 Wang Yi referiu da ajuda que a China tem dado a Angola, tendo realçado que o facto de existirem boas relações entre ambos os países, coloca o gingante asiático em melhores condições para compreender as dificuldades de Angola.

 O chefe da diplomacia chinesa fez saber que vai encorajar as empresas chinesas a efectuarem investimentos directos em Angola, sobretudo, depois da Covid-19, como forma de aprofundar cada vez mais a amizade entre os dois povos.

Angola e Índia

Téte António contactou também o seu homólogo da República da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, com quem abordou o actual estado da cooperação bilateral, assim como a perspectiva do seu reforço, no âmbito das boas relações existentes entre os dois países.

Na conversa, os chefes da diplomacia dos dois países analisaram e acordaram na realização da Comissão Bilateral ainda este ano, prevista para Nova Deli, caso a situação da pandemia da Covid -19 permita, como alternativa pode ser videoconferência.

A dinamização das consultas políticas entre os ministérios das Relações Exteriores de Angola e dos Negócios Estrangeiros da Índia para permitir abordagem ampla e precisa das vias e meios à disposição de Angola, visando a identificação e implementação de projectos concretos de cooperação, adaptados à nova realidade do país foi outros dos assuntos discutido entre as duas entidades.

Alinhados às metas traçadas no âmbito do plano de diversificação da economia nacional, prevê-se que a cooperação com a Índia seja alargada para sectores como a agricultura, ciência e tecnologia, saúde e ciências médicas, educação e indústria transformadora, tendo em atenção o potencial daquele país asiático.

O ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Subrahmanyam Jaishankar, encorajou Angola a aderir ao Tratado da Aliança Internacional Solar, uma plataforma comum que permite a combinação de esforços e a mobilização de recursos financeiros a favor do aumento das capacidades da energia solar.

O ministro indiano informou que o seu país está disposto a albergar, ainda este ano, o Fórum Índia-África, inicialmente agendado para Nouakchott, na Mauritânia, mas que foi adiado.

Solicitou atenção especial às questões ligadas às áreas médica e digital, no sentido de se encontrar respostas céleres para mitigar os efeitos do coronavírus, particularmente em África, onde as condições hospitalares e sanitárias constituem grandes desafios.

Angola e Indonésia

Na conversa, mantida quarta-feira (20), entre o ministro Téte António com a sua homóloga da Indonésia, Retno Marsudi, as duas entidades analisaram as bases para o relançamento da cooperação bilateral entre os dois países.

Para isso, os dois diplomatas acordaram em organizar, brevemente, uma reunião através de uma videoconferência, com vista a se identificar os pontos prioritários para o relançamento da cooperação entre Angola e Indonésia.

Os ministros passaram em revista os instrumentos jurídicos já existentes entre os dois Estados e que carecem de revitalização para a sua implementação, mediante a execução de acções concretas.

Téte António solicitou à ministra indonésia no sentido incentivar os homens de negócios do seu país a se interessarem em investir no sector produtivo de Angola.

“Sendo a República da Indonésia uma das maiores economias da região e a 10ª mundial, não gostaríamos de estar distante desse povo amigo e com grande experiência para partilhar com os parceiros de África, como nós”, ressaltou Téte António no final da conversa.

A governante indonésia, por sua vez, manifestou o desejo de cooperar com Angola nos domínios das infra-estruturas, construção civil (estradas), transportes, entre outras áreas.

 Em Fevereiro de 2018, houve troca de mensagens entre os dois chefes de Estado, João Lourenço, Presidente da República de Angola, e Joko Widodo, Presidente da República da Indonésia, em que ambos os estadistas expressavam o desejo de ver reforçadas as relações entre os dois países.

 A República de Angola e a República da Indonésia têm assinado vários instrumentos jurídicos de cooperação, designadamente o Acordo de Isenção de vistos em Passaportes Diplomáticos e o Memorando sobre Consultas Políticas entre o Ministério das Relações Exteriores da República de Angola e a sua congénere da Indonésia.

Os dois países têm igualmente rubricado o Memorando de Entendimento entre a Câmara do Comércio e Indústria da República de Angola e a Câmara de Comércio e Indústria da República da Indonésia, em 2017.

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