A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, admitiu, nesta quarta-feira, em Luanda, ter havido falta de controlo das autoridades sanitárias nacionais em relação à morte, por covid-19, dos primeiros dois cidadãos angolanos, em Março último.
Ao falar na conferência de imprensa de actualização de dados epidemiológicos da doença, a governante afirmou que a situação foi diferente no terceiro óbito, que envolveu um ancião de 82 anos de idade, com residência habitual em Portugal.
Chegado a Angola em Fevereiro último, este paciente morreu, na última segunda-feira (dia 18), horas depois de ter sido internado numa das unidades hospitalares da capital angolana.
A também porta-voz da Comissão Interministerial para Resposta à Covid-19 assegurou que, no caso do octogenário, se soube do resultado positivo antes deste falecer, mas, que, dada a associação de outras doenças crónicas de que padecia, não resistiu.
“(…..) O caso da falta de controlo foi o cenário dos primeiros dois casos de óbitos, O que já não se pode dizer deste terceiro, em que foi feito o diagnóstico antes da morte, e só depois, houve uma evolução drástica e, menos favorável, do curso da doença do paciente”, disse.
Angola registou as primeiras mortes a 28 de Março passado, de que foram vítimas dois indivíduo do sexo masculino, de 59 e 37 anos de idade, respectivamente. O primeiro era residente em Portugal. Os mesmos regressaram a Angola nos dias 12 e 13 de Março.
Sobre as testagens em massa, Sílvia Lutucuta informou que, apesar de nenhum país do mundo possuir capacidade para tal, Angola conseguiu testar passageiros vindos de países contaminados e institucionalizou a quarentena.
Durante a sua alocução, antes da sessão de perguntas, a governante chamou a atenção para o redobrar de esforço conjunto na luta contra a pandemia, visto que, à semelhança de “países do primeiro mundo”, Angola não está preparada para dar resposta, à medida, a esta doença letal.
Relativamente à possibilidade de produção de fármacos no país para uso no tratamento da covid-19, disse não ser possível no momento.
Informou que o Governo angolano está a encetar contactos para estabelecer uma parceria público-privada, no sentido de fazer ressurgir a fábrica de fármacos e material sanitário, “Angomédica”, para se produzir localmente medicamentos essenciais básicos.
Por outro lado, lamentou que, devido a alguns constrangimentos, as encomendas, dos ventiladores, feitas pelo governo angolana à República Popular da China devem chegar ao país, apenas, na próxima semana.