Um cidadão perdeu a vida nesta semana, na Lunda Norte, por desobedecer as regras de prevenção contra à covid-19 e agredir um efectivo das forças de defesa e segurança nacional, esclareceu no domingo, em Luanda, o porta-voz do Ministério do Interior, Waldemar José.
Ao fazer o balanço da primeira semana do quarto Estado de Emergência, o subcomissário narrou que a acção ocorreu quando um militar tentou sensibilizar alguns cidadãos, que se encontravam na via pública, a obedecerem as medidas de prevenção contra o novo coronavírus, mas infelizmente insurgiram-se contra o efectivo, colocando em causa a sua integridade física.
Acto continuo, referiu, o militar foi obrigado a fazer o recurso da arma de fogo, com a intenção de dispersar os agressores, mas lamentavelmente atingiu um cidadão que acabou por falecer.
De acordo com o porta-voz, se, no caso em concrecto, não houver causa de justificação do facto ou de exclusão da ilicitude, esse militar será responsabilizado, cabendo aos magistrados do Ministério Público e judicial fazer a sua parte.
O mesmo cenário, prosseguiu, também foi verificado na madrugada do dia 15 deste mês, em Luanda, onde alguns cidadãos que estavam a consumir bebidas alcoólicas ao longo da via pública foram orientados a retornar a casa, mas acabaram por agredir os efectivos, obrigando a efectuarem disparos que atingiu o abdómen de um dos agressores.
Afirmou que o cidadão atingido foi prontamente socorrido e está fora de perigo.
Segundo Waldemar José, a constante desobediência dos cidadãos e o enfrentamento aos efectivos das forças de defesa e segurança nacional tem motivado o uso da força e meios disponíveis aos militares e polícias.
Quanto ao vídeo que circulam nas redes sociais sobre a agressão física, com cinturão de um efectivo das Forças Armadas Angolanas (FAA), a um cidadão, o subcomissário reprovou esse acto isolado e assegurou estar em curso as devidas diligências para responsabilização disciplinar e criminal do respectivo militar.
Ainda em Luanda, alguns cidadãos foram detidos por promoverem poluição sonora e agredirem um chinês, causando danos na sua residência avaliados em mais de 70 milhões de kwanzas.
Para evitar cenários semelhantes, o oficial reitera o apelo aos cidadãos em acatarem as orientações das forças de defesa e segurança, visando preservar o bem vida.
Além dessas agressões, referiu também que as pessoas continuam a violar a cerca sanitária imposta pelo Estado de Emergência em Luanda, usando os camiões de carga para sair e entrar na capital do país.
A título de exemplo, 12 cidadãos foram detidos na fronteira entre a província do Bengo e Luanda, pois pretendiam entrar na cidade capital de forma camuflada no camião de mercadoria.
No Cuanza Sul, foram detidos oito cidadãos que saiam de Luanda para aquela província.
A par dessas violações, também tem registado a camuflagem de combustível e medicamentos no meio de outras mercadorias, essencialmente para a saída de Luanda.
Nesse período, foram apreendidos mais de 29 mil litros de combustíveis à saída de Luanda, assim como 77 caixas de medicamentos em trânsito do Zaire para Luanda.