Sábado, 21 de Dezembro, 2024

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Agências nacionais devem executar publicidade do Estado – APM

O presidente da Associação de Publicidade e Marketing (APM), Nuno Fernandes, defendeu, este sábado, que toda a publicidade do Estado deve obrigatoriamente ser executada pelas agências de publicidade nacionais, com base na lei da contratação pública.

“O Estado tem uma enormidade de problemas por resolver e todos eles devem ser acompanhados de boa comunicação”, afirma Nuno Fernandes, em resposta a questões colocadas pela ANGOP,  por correio electrónico.

A APM conta com 58 empresas registadas, incluindo algumas estrangeiras, enquanto, segundo Nuno Fernandes, outras mais já manifestaram igualmente o desejo de se tornarem membros.

O entrevistado diz que a actual situação no mercado publicitário angolano “agrava-se na média estatal, onde se veicula muita comunicação publicitária do Estado, a custo zero”.

Estamos em violenta recessão, que se vai agravar com a pandemia Covid-19. A queda abrupta do preço do petróleo, produto de que dependemos em mais de 90%, cria, por si só, um cenário preocupante”, sublinha.

Mesmo no meio de grandes incertezas, o presidente da APM acredita que a publicidade poderá voltar a ser um “bom negócio” em Angola, mas condiciona esta possibilidade à recuperação económica e financeira do país.

Para se reerguer esse segmento económico, o especialista  defende que se deve “respeitar e fazer-se respeitar” a Lei Geral de Publicidade, de 13 de Março de 2017.

Nuno Fernandes precisa que, no seu artigo 35º, essa Lei determina “claramente” que toda a publicidade do Estado deve “obrigatoriamente” ser executada pelas agências de publicidade nacionais, com base na lei da contratação pública.

“O Estado tem uma enormidade de problemas por resolver e todos eles devem ser acompanhados de boa comunicação”, realça o especialista.

Com vista à instauração da necessária seriedade, o presidente da APM defende a promoção de concursos públicos “transparentes”, onde se defina “claramente” os objectivos de cada comunicação, os “budgets” disponíveis bem clarificados, os tempos de execução e entrega.

“E somos pela abertura pública das propostas para salvaguarda da transparência e que ganhe sempre a melhor proposta”, acrescenta Nuno Fernandes.

 Num outro sentido, segundo o publicitário, o Estado “deve definir, claramente, no caderno de encargos, o valor a atribuir aos meios para a divulgação das campanhas”. 

“Isso daria ao Estado o conforto do controlo do seu investimento, tanto no lado das agências, quer no lado dos meios”, vinca Nuno Fernandes.

Entre outras responsabilidades, Nuno Fernandes é membro fundador da Associação Angolana das Empresas de Publicidade e Marketing e da Confederação de Publicidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa.

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