O baterista nigeriano Tony Allen, pioneiro e co-fundador do género musical afrobeat e um dos melhores bateristas do mundo, morreu em Paris nesta quinta-feira, aos 79 anos, vítima de uma paragem cardiáca, noticiou à AFP.
Segundo à AFP, a morte Tony Allen não está ligada ao coronavírus.
Allen foi o baterista e diretor musical da famosa banda Africa ’70 do músico Fela Kuti nos anos 1960-70.
Fela, como era amplamente conhecido, morreu em 1997. Ele disse uma vez que “sem Tony Allen, não haveria afrobeat”.
O Afrobeat combina elementos da música Fuji (é um estilo de música popular nigeriano), Highlife styles (um estilo de música do Gana) e funk e jazz americano.
A carreira e a história de vida de Allen foram documentadas na sua autobiografia publicada em 2013, “Tony Allen: Master Drummer of Afrobeat”.
Allen, nascido em Lagos em 1940, aprendeu a tocar bateria aos 18 anos.
Segundo conta na sua autobiografia, aprendeu sua técnica ouvindo atentamente os bateristas de jazz americanos Art Blakey e Max Roach. Foi então que criou os ritmos polifônicos distintos do afrobeat e diz-se que era capaz de tocar quatro batidas diferentes com cada um de seus membros.
Allen conheceu Fela em 1964, juntos gravaram dezenas de álbuns, incluindo Gentleman e Zombie.
Allen deixou a banda em 1979, devido a brigas com o líder da banda sobre royalties. Fela precisava de quatro bateristas separados para preencher o vazio.
Allen emigrou para Londres em 1984 e depois se mudou para Paris.
Ele colaborou com vários artistas durante sua longa carreira musical e foi o baterista do The Good, the Bad & the Queen, com Damon Albarn, Paul Simenon e Simon Tong.