Sábado, 21 de Dezembro, 2024

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OMS apela a Pequim para “convidar” para investigar as origens do vírus

As autoridades de saúde mundiais, acusadas pelos Estados Unidos de não se terem apercebido imediatamente da gravidade do novo coronavírus, apelaram hoje a Pequim para as convidar a participar na investigação sobre a origem animal do vírus.

“A OMS (Organização Mundial da Saúde) gostaria de trabalhar com parceiros internacionais e, a convite do Governo chinês, participar na investigação sobre a origem animal”, indicou um porta-voz da organização, Tarik Jasarevic, à agência France-Presse.

A agência da ONU especializada em saúde, que até agora tem elogiado Pequim pelo modo como geriu a crise do coronavírus, disse crer que “um certo número de estudos visando compreender a origem da epidemia na China estão em curso ou previstos”.

Mas “a OMS não participa nestes estudos na China”, sublinhou o porta-voz.

No final de janeiro, uma delegação da OMS conduzida pelo seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deslocou-se a Pequim para um encontro com o presidente Xi Jinping e combinar a visita à China de uma equipa internacional de cientistas, incluindo da OMS.

Alguns dias antes, em 20 e 21 de janeiro, especialistas do gabinete da OMS na China tinham conseguido realizar uma breve visita de terreno na cidade de Wuhan, na qual o vírus apareceu.

Detetado na China em dezembro, o novo coronavírus já infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em todo o mundo e causou pelo menos 230.000 mortos apesar do confinamento de mais de metade da humanidade que deitou abaixo a economia do planeta, segundo uma compilação de balanços oficiais elaborada pela AFP.

Embora um grande número de países e de dirigentes tenha expressado apoio à OMS, alguns criticaram a organização ou levantaram dúvidas sobre a sua atuação.

Os Estados Unidos, que suspenderam o financiamento à agência, acusam-na de ter demorado a dar o alarme para não melindrar Pequim.

Segundo a OMS, as investigações em curso na China são relativas a casos de pessoas doentes, “em Wuhan e nos arredores, cujos sintomas se começaram a manifestar no final de 2019, a amostras recolhidas nas proximidades de mercados e quintas das regiões onde os primeiros casos humanos foram identificados e (…) em espécies selvagens e de criação vendidos nesses mercados”.

Os resultados destes estudos são “essenciais para prevenir novas introduções zoonóticas do vírus que causa a covid-19 nos humanos”, explicou o porta-voz da OMS.

A organização indica que continua a colaborar com especialistas em saúde animal e humana, com países e outros parceiros para “identificar as falhas e as prioridades em matéria de investigação para a luta contra a covid-19, incluindo a eventual identificação da origem do vírus na China”.

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